TURISMO

Turismo literário do Paraná ganha novas atrações

Segmento cultural do turismo é composto por roteiros baseados em obras, bibliotecas, sebos e livrarias paranaenses. Confira.

Turismo literário do Paraná ganha novas atrações
Com novos produtos e serviços especializados, cada vez mais turistas têm sido atraídos ao Estado. - Foto: Divulgação/AEN

Em ano de centenário do escritor curitibano Dalton Trevisan, inauguração de novas estruturas e atrativos na Pedreira Paulo Leminski e outras exaltações de ícones da literatura estadual pelo Brasil, o potencial do Paraná dentro do segmento de Turismo Literário também é destaque.

Com novos produtos e serviços especializados, cada vez mais turistas têm sido atraídos ao Estado pela temática, que mescla literatura, visita a destinos e busca por espaços típicos paranaenses.

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O segmento, uma vertente do Turismo Cultural, é definido por viagens e roteiros baseados em produções literárias. Entre os exemplos estão visitas a destinos retratados em livros; viagens motivadas pelo interesse em conhecer mais da vida e do local que serviu de inspiração a um autor; bibliotecas, sebos, livrarias e locais que proporcionam contato mais próximo com o local; eventos de nicho e outros.

“É importante percebermos o potencial turístico, mesmo nos recortes mais específicos, porque é dessa forma, também, que promovemos o Estado. Turistas gostam de variedade, tanto de serviços quanto de roteiros, abordagens e experiências, por isso o Paraná é um destino qualificado em mais este aspecto”, destacou Irapuan Cortes, diretor-presidente do Viaje Paraná – órgão de promoção do turismo estadual.

Em Curitiba, alguns exemplos práticos do segmento de turismo literário são as visitas à Biblioteca Pública do Paraná, sede de eventos nichados e com grande acervo de obras; a Casa Romário Martins, no Centro Histórico da Capital; entre outros.

É o que contextualiza Alessandra de Paula Xavier, turismóloga da Secretaria de Estado do Turismo (Setu-PR).

“O Paraná tem vários autores e autoras renomados, que descrevem esses cenários e artifícios típicos da cultura e da vida dos paranaenses. Tudo isso serve como motivação para turistas visitarem o Estado, uma busca que tem aumentado. Assim como acontece com filmes, há um público que lê uma obra de Dalton Trevisan, por exemplo, e se interessa em visitar essa Curitiba meio mística, curiosa aos olhos de quem é de fora, retratada nas páginas”, explicou.

Ela ressalta que a vertente também se desenvolve em outras regiões.

“Temos grandes nomes da literatura nacional aqui, como Helena Kolody, Domingos Pellegrini, entre outros, então é natural que haja fluxo desses turistas nos Campos Gerais, Litoral, Maringá, Londrina e afins. Por vezes, a busca do turista não está somente na obra, mas nos espaços em que aquele autor ou autora ocuparam, transformando os locais em centros culturais e turísticos”, disse.

Curitiba também ganhou a Rua da Música, com o Espaço Paulo Leminski, com conteúdo em parceria com o Instituto Leminski, e terá uma escultura em homenagem ao poeta curitibano Paulo Leminski dentro do Parque Jaime Lerner.

A Experiência Estórias e Flores, lançada pela empresa Broder, é um dos serviços que trabalha com o segmento no Paraná. Por meio de um roteiro com bicicletas elétricas e a charrete imperial, turistas fazem um passeio por pontos turísticos curitibanos, com base em um conto da escritora local Marinês Roedel.

O trajeto inicia no Memorial Árabe, com paradas no Bosque João Paulo II, Memorial Paranista, Orquidaria Rosita e Praça Nossa Senhora de Salette. Além dele, também há o passeio A Cor do Mate, que também passa por atrativos e serviços turísticos de Curitiba, com base em uma História em Quadrinhos (HQ) local, que busca valorizar a cultura da erva-mate na Capital.

Já o livro "Roteiro Literário Paulo Leminski", do escritor Rodrigo Garcia Lopes, explora a vida e obra do poeta curitibano, destacando suas múltiplas faces e criando uma trajetória pessoal.

O livro faz um convite, com um itinerário de locais que marcaram a vida de Leminski – ou foram marcados por ele –, entre bares, ateliês, bibliotecas e ruas, propondo que turistas e admiradores mergulhem na mente e nos costumes do poeta.

A autora Jussara Trentini também defende que visitações turísticas em cemitérios – por mais estranho que pareça – também fazem parte do segmento. Segundo ela, os locais são como um “livro a céu aberto”, contando histórias, retratando épocas e eternizando costumes.

“Em Curitiba o Cemitério Municipal realiza tours guiados com base na história, arquitetura e literatura. Um olhar além da dor e saudade daqueles que deixaram um ente querido dentro daquele espaço, entre muros que dividem dois mundos, pode-se ver que um cemitério é mesmo um livro contando a história através das marcas fragmentadas”, disse.

Também focada em turistas desse segmento, a empresa curitibana NomadRoots, fundada em 2013, trabalha com viagens personalizadas, entendendo gostos e descobrindo as histórias de seus clientes, além de reunir grupos mensais em um clube de leitura, o ClubeNomad, com 5 turmas presenciais em Curitiba e uma turma virtual. Com base nas informações pessoais, a agência monta roteiros que conversam com o turista, em muitos dos casos, criando itinerários inspirados em livros.

Agência Estadual de Notícias