LITERATURA

Leituras de inverno: sete livros para ler durante os dias mais frios do ano

Seleção do Maringa.Com inclui obras da literatura estrangeira e nacional.

Leituras de inverno: sete livros para ler durante os dias mais frios do ano
O Maringa.Com preparou uma lista com sete obras da literatura nacional e estrangeira, de diferentes gêneros, que combinam com o estado de espírito mais introspectivo que acompanha o inverno. - Foto: Freepik

Os dias estão mais curtos, as noites são frias e o sol, às vezes, nem aparece. Por isso, apesar de não durar muito no clima tropical brasileiro, o inverno pode ser a estação perfeita para passar mais tempo em casa, se protegendo das temperaturas baixas, e acompanhado de um bom livro.

Por isso, o Maringa.Com preparou uma lista com sete obras da literatura nacional e estrangeira, de diferentes gêneros, que combinam com o estado de espírito introspectivo que acompanha o inverno. Talvez esse seja o momento de mergulhar em um calhamaço que parece intimidador (há alguns nesta lista) ou dar uma chance para um gênero não muito familiar, como a poesia, por exemplo.

Nesta seleção, os livros não se passam, necessariamente, durante a estação ou tem “inverno” no nome — com uma exceção — e foram escolhidos com base em seus temas sombrios, personagens meditativos ou, simplesmente, por serem um pouco esquisitos, como é o caso da coletânea de contos da autora Carmem Maria Machado ou o livro mais estranho (e engraçado) de Jane Austen, que também poderia figurar em listas de leituras de Halloween.

Créditos: Companhia das Letras/Todavia/Martin Claret/Planeta Minotauro

‘A História Secreta’, Donna Tartt (520 páginas)

O livro da autora americana foi lançado em 1992, mas se tornou extremamente popular nos últimos anos graças ao TikTok, especialmente entre os fãs de “Dark Academia”: histórias que se passam em âmbitos acadêmicos onde, geralmente, algo sombrio acontece.

Considerado um clássico moderno, o romance acompanha Richard Papen, um garoto de classe média baixa que consegue uma bolsa de estudos em uma universidade em Vermont onde conhece, passa a admirar e, eventualmente, se torna amigo de um grupo seleto de alunos dedicados ao estudo da Grécia Antiga. Em meio a discussões filosóficas regadas a muito excesso, uma tragédia acontece e Richard acaba envolvido em uma trama criminosa — conectada magistralmente pela prosa de Tartt — cheia de segredos e intrigas.

‘Mrs. Dalloway’, Virginia Woolf, (240 páginas)

Uma história que se passa inteira dentro da mente dos personagens durante um dia. Clarissa Dalloway declara, já nas primeiras frases do livro, que vai sair para comprar as flores para a festa porque o dia está lindo: “(...) que manhã maravilhosa — tão fresca como se feita de propósito para crianças na praia.”.

Apesar de ter o verão como cenário, o romance escrito em estilo de fluxo de consciência (também muito utilizado por Clarice Lispector) olha seus personagens por dentro, expondo seus sentimentos complexos com o passado e o presente complicado pela realidade sombria da Inglaterra pós-guerra.

‘Estela a Esta Hora’, Natália Zuccala (176 páginas)

O fluxo de consciência também está presente neste romance brasileiro. Lançado em 2023, a trama acompanha Estela, jovem residente de medicina, dividindo sua rotina excruciante entre dois espaços: o hospital e a pensão onde mora.

Em uma narrativa singular, sem preocupações com linearidade, a autora Natália Zuccala expõe todas as especificidades de uma protagonista completamente exausta de corpo e alma, sem preocupações em ser agradável.

‘Receitas de Inverno da Comunidade’, Louise Glück (88 páginas)

A coletânea da autora vencedora do Prêmio Nobel de Literatura está nesta lista, primeiramente, graças ao título. No entanto, estes poemas rápidos, repletos de elementos da natureza típicos no estilo da escritora, são uma ótima porta de entrada não apenas para quem deseja conhecer mais a obra de Louise Glück, mas também para aqueles com interesse em ler mais poemas, especialmente graças à universalidade dos temas abordados em ‘Receitas de Inverno’, como a solidão, o envelhecimento e a reflexão sobre o passado.

‘A Abadia de Northanger’, Jane Austen (263 páginas)

Considerado o livro esquecível dentre as obras icônicas de Jane Austen, ‘A Abadia de Northanger’ é sua obra mais engraçada. Aqui, a autora inglesa faz piada com a literatura gótica e escreve uma espécie de paródia do gênero ao colocar a jovem leitora voraz Catherine Moreland para passar uns dias em uma abadia antiga e sombria, na qual, alimentada pelas várias histórias de seus livros, passa a acreditar que está no cenário de um assassinato.

‘Jane Eyre’, Charlotte Brontë (712 páginas)

A heroína de Charlotte Brontë e sua jornada de pobre órfã desprezada pelos parentes maternos a mulher independente que retorna ao amor de sua vida, Edward Rochester — apesar dele ter escondido a primeira esposa no sótão por anos e o segredo só ter vindo à tona quando ele e Jane estavam prestes a se casar —, era sem precedentes para um romance lançado no século XIX.

Depois de acompanhar a evolução introspectiva de Jane em mais de 700 páginas, o final é tão satisfatório para os leitores quanto para a protagonista.

‘O Corpo Dela e Outras Farras’, Carmen Maria Machado (240 páginas)

Esta coletânea de contos mistura ficção científica, fantasia, comédia e horror, reunindo histórias bizarras com personagens femininas em seus centros. Toda a esquisitice presente nessas narrativas podem ser correlacionadas com a realidade violenta e de controle de corpos a qual as mulheres estão submetidas.

Maringa.Com
Por Vanessa Santa Rosa