Aluno da UEM vence ‘Hackaton pela Saúde’ com IA para diagnosticar doenças em amostras de sangue
Projeto batizado de 'Tecnoblade' identifica presença de patógenos em poucos minutos. Saiba mais.

O estudante do 3º ano de Ciência da Computação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Nuno Miguel Mendonça Abilio, é um dos vencedores da primeira edição do ‘Hackathon pela Saúde’, desafio promovido pela empresa global de tecnologia médica Becton Dickinson (BD).
Ao lado de João Vitor Ribeiro Lima, aluno da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS/Nova Andradina), Abilio desenvolveu uma solução inovadora que utiliza Inteligência Artificial (IA) e processamento de imagens para automatizar o diagnóstico de doenças infecciosas a partir de amostras de sangue.
Ambos participam do projeto de extensão em suas universidades e receberão o prêmio de R$ 4 mil no Evento Nacional da Enactus Brasil (ENEB), que acontece de 22 a 25 de julho, em Belém (PA).
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Segundo Abilio, após um brainstorming com a equipe, a ideia levada adiante foi a que ele sugeriu, baseada em seu projeto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq) em andamento com o professor Yandre Costa, do Departamento de Informática (DIN), no qual pesquisa a automatização da identificação de tecidos de órgãos por meio de imagens.
“O processamento de imagens pode ser aplicado a qualquer coisa que você consiga enxergar. Como algumas doenças infecciosas, nos casos de malária e doença de Chagas, têm patógenos visíveis microscopicamente, se você tira uma foto do sangue, em vez de o médico ter que analisar manualmente, é possível automatizar esse processo. Vimos que era algo viável e que poderia ter potencial financeiro e empreendedor para investir nessa solução”, explica Abilio.
O projeto, batizado de Tecnoblade, integra tecnologias de ponta, como a plataforma RoboFlow e o modelo de IA batizado de Yolo para identificar, em poucos minutos, a presença de patógenos nas amostras analisadas.
A solução torna o processo de diagnóstico mais rápido, acessível e preciso, com potencial para transformar a saúde pública e reduzir desigualdades no acesso a exames laboratoriais, especialmente em regiões com infraestrutura precária.
“A nossa meta é alcançar uma redução de 70% no tempo de diagnóstico e gerar uma economia de 40% nos custos do sistema de saúde, contribuindo para mitigar a subnotificação dessas doenças em nível nacional", detalha.
O professor Yandre Costa destaca que ele sempre foi um aluno dedicado e com ótimo desempenho, o que motivou o convite para integrar sua equipe de pesquisa, voltada à automatização de tarefas em laboratórios que trabalham com imagens biológicas.
“O principal destaque é que o Abilio participa de um grupo de pesquisa e, ao mesmo tempo, identificou uma oportunidade fora da universidade, onde conseguiu aplicar com sucesso o que está aprendendo e desenvolvendo aqui", comemora.
Hackaton pela Saúde
Abilio e Lima disputaram a premiação na liga voltada ao desenvolvimento de ferramentas para prevenção e controle de doenças infecciosas em comunidades vulneráveis. Das 12 equipes participantes nesta liga, duas foram premiadas.
A outra liga do desafio criou soluções para a saúde de mulheres em situação de vulnerabilidade e também contou com 12 equipes concorrentes.
Segundo os organizadores, os quatro projetos vencedores – dois de cada liga –, foram escolhidos por sua excelência, inovação e compromisso com o impacto social na área da saúde.
“Tivemos uma mentoria excelente com o especialista Vinícius da BD, quando viramos finalistas. Ele nos ajudou a aprimorar nosso modelo de negócio e a estratégia de mercado. Vemos um enorme potencial nessa parceria com a BD, inclusive para uma futura integração do Tecnoblade com o BD Synapses", vislumbra Abilio.