CIDADE

CREA estuda alternativas para tratamento e destinação do lixo na região de Maringá

Assim como os demais municípios paranaenses, Maringá participa ativamente das edições e da proposta da Agenda Parlamentar, programa desenvolvido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (CREA-PR) para auxiliar gestores públicos a partir do conhecimento técnico dos profissionais da engenharia, arquitetura, agronomia e geociências.

Neste ano, a Agenda apresentará como fruto os Estudos Básicos de Desenvolvimento Regional (EBDRs), um total de 35 diagnósticos das carências das 21 centralidades do Estado, efetuados pelo Conselho junto com as entidades de classe e que serão entregues no final do ano aos gestores públicos contendo a avaliação de onde e como é possível obter recursos para eliminar estas demandas.

Este formato – viabilizado a partir do envolvimento de 90 entidades de classe e mais de três mil participantes, entre prefeitos, vereadores, secretários municipais, lideranças municipais e regionais e profissionais – permite um resultado mais prático do trabalho, possibilitando disponibilizar aos governantes de todas as esferas públicas relatórios prontos com recursos disponíveis em fundos e programas do Governo e para que tipo de obra eles podem ser utilizados.

Em Maringá, dois temas foram selecionados: resíduos sólidos e agricultura de baixo carbono. De acordo com o engenheiro agrônomo Osvaldo Danhoni, presidente da Associação Maringaense de Engenheiros Agrônomos (AMEA), o assunto foi eleito em razão da nova política nacional de resíduos sólidos e por se tratar de um problema comum à maioria dos municípios que compõem a centralidade. “Muitos aterros voltaram a servir como lixões e muitas cidades já foram autuadas. Nosso estudo envolve a necessidade dos lixões de contar com profissionais para gerenciar o processo. Uma proposta é a união das cidades para montar um único aterro, isso viabilizaria a cobrança de taxas que englobem não só a coleta, mas também o tratamento e destinação final do lixo, bem como a necessidade de mais cooperativas para auxiliar na reciclagem do lixo”.

O engenheiro civil e diretor regional do Senge-PR, Samir Jorge, explica que houve um entendimento entre as entidades de que elas deveriam olhar para as pequenas e médias cidades, que possuem um vínculo muito forte com a área rural. “Desenvolvemos o estudo de forma a possibilitar recursos a estes pequenos municípios que viabilizem a fixação do homem no campo, objetivando a geração de trabalho e renda e o consequente desenvolvimento dessas áreas rurais”, diz. “Sendo assim, vislumbramos que a agricultura de baixo carbono é um mecanismo fantástico para fomentar este tipo de ação, pois se trata de um projeto com dinheiro do governo federal, pouco conhecido, com mais de R$ 2 bilhões à disposição com juros baixíssimos”, fala.

Para o presidente do CREA-PR, o engenheiro agrônomo Álvrao Cabrini Jr., beneficiam cidades, produtores rurais, meio ambiente e os profissionais ligados ao conselho.

Até agora, os encontros da Agenda Parlamentar realizados em Maringá contaram com a presença de 450 pessoas. Em novembro, o CREA-PR finalizará os EBDRs, já devidamente validados junto às lideranças e gestores municipais, e entregará o documento à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a deputados federais, estaduais, senadores e ao Governo do Paraná como forma de colaborar com o desenvolvimento do Estado.