TRANSPORTE

Depois de oito anos, Paraguai retoma exportações de soja por Paranaguá

Depois de oito anos, Paraguai retoma exportações de soja por Paranaguá
Renornam as exportações de soja paraguaia pelo Porto de Paranaguá.
As exportações de soja paraguaia pelo Porto de Paranaguá voltarão a ser realizadas a partir de agosto. Há oito anos os paraguaios deixaram de exportar soja pelo porto paranaense em função de políticas públicas que dificultaram o escoamento de cargas, como a proibição do embarque de soja transgênica.

Um trabalho envolvendo o governo do Paraná, Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), Ministério da Agricultura e Receita Federal está trazendo de volta os produtos paraguaios. De acordo com o diretor de Comércio Exterior da Acifi, Mario Alberto Camargo, já estão negociadas cerca de 30 mil toneladas de soja para serem exportadas pelo Porto de Paranaguá.

“A nossa previsão é que, até o final de 2011, sejam escoadas por Paranaguá 100 mil toneladas de soja paraguaia”, afirma. Camargo diz ainda que existe uma demanda reprimida no Paraguai que permite a movimentação de até 1 milhão de toneladas/ano de soja pelo porto paranaense.

A mudança no governo do Paraná – que passou a privilegiar a gestão técnica de órgãos e empresas públicas e a valorizar o diálogo com todos os segmentos da sociedade – tem permitido que o terminal retome a credibilidade perdida nos últimos anos e recupere cargas.

“Com este trabalho integrado em várias frentes conseguimos demonstrar que é mais competitivo exportar a soja paraguaia por Paranaguá. Mas o fator preponderante nesta escolha é que o empresário não tem mais medo de escoar pelo terminal porque sabe que não serão criados mais entraves como no passado”, disse Camargo.

CONCORRÊNCIA – Reconquistar as cargas paraguaias é uma meta que tem exigido muito trabalho do governo estadual e da Associação Comercial de Foz do Iguaçu. Durante os oito anos em que deixaram de escoar pelo Porto de Paranaguá, os paraguaios investiram em infraestrutura para exportar a soja produzida no país. “Há oito anos, antes da exportação da soja pelos paraguaios ser interrompida em Paranaguá, o Paraguai tinha apenas um porto fluvial. Hoje, são oito. Por isso, oferecer alternativas competitivas se tornou mais complicado”, disse Camargo.

A superintendência do Ministério da Agricultura no Paraná está incentivando as transações. Medidas para facilitar a liberação de mercadorias têm dado agilidade ao desembaraço, como a integração aduaneira que permite a fiscalização da carga pelo Ministério da Agricultura do Brasil ainda em solo paraguaio.

A Receita Federal também tem apoiado a iniciativa. Já foi estabelecido um cronograma de chegada de caminhões no Entreposto Alfandegado do Paraguai em Paranaguá para evitar congestionamentos ou filas. Num primeiro momento, a Receita irá liberar a chegada de 20 caminhões provenientes do Paraguai por dia, podendo aumentar este número conforme a necessidade.

ENTREPOSTO – O Porto de Paranaguá possui um entreposto para escoar produtos do Paraguai (importação e exportação). O entreposto é resultado de um convênio entre Brasil e Paraguai assinado na década de 50, que também deu ao Brasil um porto seco em território paraguaio. Além disso, o convênio prevê algumas facilidades, como agilidade no desembaraço de cargas nos dois países.

Hoje, a movimentação do entreposto em Paranaguá é feita principalmente pela exportação de madeira e importação de contêineres (carga geral) e caminhões.