FEBRE AMARELA

Receita faz em Maringá primeira edição do programa Alerta Fiscal

Receita faz em Maringá primeira edição do programa Alerta Fiscal
Receita faz em Maringá primeira edição do programa Alerta Fiscal.
O Paraná tem R$ 13 bilhões em impostos a receber em ações que correm na Justiça, valor que corresponde à metade do orçamento anual do Estado. Outros R$ 7 bilhões ainda estão em discussão nas esferas administrativas da Secretaria da Fazenda. Para diminuir o contencioso, a Receita Estadual começa nesta terça-feira (23), em Maringá, o programa Alerta Fiscal, que vai orientar e conscientizar o contribuinte sobre a correta arrecadação de tributos e o valor social desse recolhimento para a manutenção dos programas de governo.

De acordo com o diretor-geral da secretaria, Amauri Escudero, inicialmente ações como esta pretendem recuperar cerca de R$ 1,5 bilhão neste ano, para aumentar as margens de investimento do governo, hoje reduzidas a menos de 6% do orçamento. O diretor da Receita Estadual, Gilberto Della Coleta, esclarece que o programa não tem caráter punitivo, mas de esclarecimento, e pretende recolocar a presença do Fisco para a comunidade, uma vez que estava bastante distante.

Serão 160 auditores fiscais e procuradores do Estado envolvidos na ação. Eles serão divididos em 10 equipes, que vão desenvolver ações de fiscalização volante de cargas e de verificação de recolhimento do IPVA. Até sexta-feira, devem visitar cerca de 700 empresas em shoppings de varejo e atacado. “Precisamos resgatar a credibilidade do Estado”, salienta o inspetor-geral de fiscalização, Clovis Rogge. “Não podemos permitir que a sonegação seja um diferencial competitivo entre as empresas”, alerta.

ARRECADAÇÃO JUSTA – A proposta do Alerta Fiscal, que será levado para outras regiões do Paraná, é resgatar a arrecadação do que é cabível, “a arrecadação justa”, como explicou o delegado regional de Maringá, Claudine de Oliveira. Segundo ele, a regional, que compreende 58 municípios e possui 27 mil contribuintes de ICMS, fez neste ano 556 autuações, lançando R$ 19 milhões em impostos não pagos. No total do Estado, a Receita realizou, de primeiro de janeiro a 30 de abril, 2.551 autuações, cobrando R$ 394,5 milhões em impostos não pagos.

Escudero conta que a ação reproduz os mutirões que foram realizados em 1987, no governo Álvaro Dias, durante a primeira passagem pela Secretaria da Fazenda do atual secretário Luiz Carlos Hauly. O resultado foi bastante satisfatório na época, mas a iniciativa foi abandonada nas administrações posteriores. Como efeito “secundário”, a partir de reivindicações dos que atuaram naqueles mutirões, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) foi descentralizada em 1988, conforme conta o diretor-geral da PGE, procurador Júlio Zen.

“Estamos retomando um papel de vanguarda que o Paraná já teve”, salienta Escudero. O programa de então foi reproduzido em vários outros estados brasileiros, apesar de não tido continuação no Paraná. “Se a Secretaria da Fazenda não cumprir o papel que lhe cabe, não há como fazer uma boa administração no Estado”, afirma.

A Delegacia Regional de Maringá também vai instalar, na Praça Raposo Tavares, um quiosque para esclarecimento da população e apoio às equipes que estarão em campo. Todas as pessoas poderão fazer consultas sobre a situação do IPVA, por exemplo, ou esclarecer dúvidas relacionadas a impostos.