Guilherme Soares Santana (27), guia da campeã paraolímpica de Nova Zelândia, Terezinha Guilhermina (quatro medalhas de ouro na categoria T11, cegueira total), começou sua carreira de atleta competindo pelo Cesumar nas olimpíadasuniversitárias paranaenses. Como estudante de Educação Física, ele defendeu a instituição várias vezes e ganhou sua primeira medalha, um bronze, em 2006, na categoria 400 metros rasos.Em 2007 e 2008 também defendeu a instituição nos Jogos Universitários Paranaenses, ampliando suas conquistas no atletismo. Nestes dois anos, alcançou várias medalhas de prata e bronze nas modalidades de 100, 200, 400 metros rasos e revezamento 4 x 100.Seu ápice aconteceu semana passada ao conduzir a atleta Terezinha Guilhermina (bolsista no curso de Psicologia do Cesumar) a quatro ouros (100, 200, 400 metros rasos e revezamento 4 x 100) no Campeonato Mundial Paraolímpico de Nova Zelândia, realizado na cidade de Christchurch.Em entrevista coletiva no Cesumar nesta sexta-feira (4) de manhã, a atleta e o seu guia demonstraram perfeito entrosamento, respeito e admiração um ao outro.Assim como Terezinha, Guilherme contou que também começou tarde no esporte, aos 22 anos, quando ingressou na faculdade. “Muitos me diziam que era tarde demais,mas meu sonho era correr. No início, tive orientação do professor Humberto de Oliveira e mais tarde passei a treinar com outros atletas de Maringá”, contou.
Guilherme recebeu o primeiro convite de Terezinha em agosto passado para acompanhá-la no Circuito de Atletismo de São Paulo, onde conquistaram o ouro nos 400 metros rasos e no revezamento 4 x 100. Em novembro ele a acompanhou no Meeting Internacional do Rio de Janeiro e alcançaram ouro nos 100 e 200 metros rasos, atingindo na última modalidade o melhor tempo depois de dois anos.Na coletiva, Guilherme disse que agradece a cada instante por estar ao lado de Terezinha , “que, além de uma grande campeã, é uma pessoa fantástica, uma amiga com quem só tenho aprendido”. Ele frisou estar “muito honrado” de tê-la ajudado chegar ao lugar mais alto do pódio quatro vezes, “pois sei que muitas pessoas gostariam de esta no meu lugar”.Terezinha, que há dois anos treina em Maringá e, aos 32 anos, chega ao máximo na carreira de atleta com deficiência visual, também o cobriu de elogios. “Ele émuito sensível, acompanha o meu rendimento e ao mesmo tempo me dá liberdade para que eu possa evoluir. Me sinto totalmente livre quando corro com ele”, destacou, ao adiantar que o guia deverá acompanhá-la em todos os projetos futuros. Pela frente este ano, eles se preparam para participar do Mundial da Turquia para deficientes visuais, em abril, do Circuito Nacional Paraolímpico edo Parapan, no México, em novembro. Para 2012, o foco principal são as paraolimpíadas em Londres.ASSESSORIA DE IMPRENSA DO CESUMAR