Evento distribuiu mudas de árvores no último dia como forma de anular a emissão de carbono.
Após quatro noites em que profissionais renomados de diversas partes do Brasil e do exterior subiram ao palco para expor aspectos diversos sobre empreendedorismo e competitividade, organizadores do 5º Conbrad (Congresso Brasileiro de Administração) fizeram ontem um balanço bastante positivo do evento.
Na opinião do presidente da comissão organizadora e coordenador do curso de Administração do Cesumar, professor Adriano Rogério Goerdt, o congresso “causou boa impressão e mostramos que Maringá não deixa nada a desejar na realização de grandes eventos comparando-se a centros maiores”.
Segundo ele, durante quatro dias, “Maringá foi o foco do empreendedorismo no país”.
A observação do professor não é exagerada se considerar que nestes dias estiveram presentes ao evento nomes como do professor Jacques Louis Fillion, do Canadá, referência mundial em empreendedorismo, o professor Georges Daniel Landau, funcionário do BID e OEA, o pesquisador na área de empreendedorismo Fernando Dolabella, autor de vários livros, entre os mais conhecidos “O Segredo de Luisa” e o professor da ADVB (Associação dos Dirigentes de Venda do Brasil) Lupércio Hilsdorf, além do presidente do Conselho Regional de Administração (CRA), Sérgio Lobo e representantes da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).
O Congresso contou ainda com cerca de mil participantes entre estudantes e professores de administração de toda a região e apresentação de noventa trabalhos científicos.
Também foi o primeiro ano em que se organizou um workshop de professores, com a presença do vice-presidente de ensino da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (Angrad), professor Mário César Barreto Moraes.
Na opinião de alguns participantes como do estudante Marco Valentino, o congresso foi “excelente porque tratou de empreendedorismo com variados enfoques”.
Daniele Primo disse que o conhecimento agregado “foi muito grande”.
E o professor Adriano Goerdt disse acreditar que os estudantes puderam aprender muito com as “noções e conselhos repassados por pessoas experientes do mercado na área de empreendedorismo”.
A sustentabilidade e a responsabilidade ambiental que também foram foco do Conbrad estiveram em evidência na última noite quando aproximadamente mil mudas de árvores foram distribuídas aos congressistas como forma de anular a emissão de carbono gerada pela realização do evento.
As palestras de encerramento do congresso ontem (18) à noite foram proferidas pelos professores Georges Landau e Lupércio Hilsdorf.
Enquanto o primeiro apresentou um cenário amplo sobre a competitividade mundial, o segundo explanou sobre as competências essenciais do administrador na hora de uma negociação.
De acordo com Landau, o Brasil tem só 1.16% do comércio global, o que representa que o país tem uma baixa competitividade.
“O nosso foco são os commodities, mas o mundo é das empresas que agregam tecnologia”, disse ele, salientando que faltam no Brasil “liberalização do comércio, reformas estruturais e cultura de inovação”.
Segundo o professor, é preciso investir muito mais em pesquisa e na formação de recursos humanos.
Ele lembrou que 4,5 milhões de estudantes brasileiros não têm formação universitária completa e só 20% têm mestrado.
“No último ano, o governo ofereceu só 2.705 bolsas de estudo para o exterior.
Essa quantidade é ínfima.
Enquanto continuarmos assim, não sairemos do patamar que nos encontramos hoje”, concluiu.
Mas se a competitividade é importante, saber negociar é essencial, observou o segundo palestrante da noite, o professor Lupércio Hilsdorf.
Ele traçou as principais habilidades de um negociador, mas deixou claro que o principal quesito é um bom planejamento.
“A improvisação é um erro grave e pode comprometer o sucesso da negociação.
Para negociar existe metodologia e as pessoas devem aprender a usá-la.”