O Terminal Rodoviário Américo Dias Ferraz, a Antiga Rodoviária, desativada desde fevereiro deste ano, construída na década de 60, operava as linhas metropolitanas com destino a Paiçandu, Sarandi, Mandaguaçu, Marialva, Mandaguari e Iguaraçu, cidades vizinhas à Maringá. Vinte e cinco mil pessoas circulavam diariamente pelo terminal. Ela operava em sistema público-privado, onde a Prefeitura detém de 55% da área e os condomínios de 45 lojistas. Segundo o laudo apresentado pelo engenheiro Miguel Fujinami: "O imóvel objeto deste laudo encontra-se em estado avançado de deterioração por falta de reparos e reformas ao longo de décadas de existência. Há risco iminente aos usuários deste terminal rodoviário, podendo ter acidentes como queda de placas de reboco, incêndio devido às precárias condições das instalações elétricas ou pelo uso inadequado de cilindros de gás de cozinha (GLP), desabamento da laje de cobertura das plataformas de embarque e até por colapso total da estrutura de concreto armado". Após parecer técnico do relator, a Comissão do Patrimônio Histórico de Maringá decidiu pela não preservação do prédio da Antiga Rodoviária. Votação realizada no dia 14 de maio foi de 7 a 3, resultado da decisão tomada pelos conselhos municipal e estadual de Preservação do Patrimônio Histórico e Artístico pelo não tombamento do edifício. Para José Henrique Rollo Gonçalves, professor junto ao curso de História e de Arquitetura e Urbanismo, que foi um dos votos vencidos na questão, a Antiga Rodoviária não deveria ser demolida, "T rata-se do último prédio de uso público de grandes dimensões, característico da época em que a cidade transitou de uma arquitetura típica de frentes de colonização para uma arquitetura de efetivo perfil urbano", afirma José Henrique.
Já para a secretária de educação, Flor Duarte, "O imóvel não deveria mesmo ser tombado, porque para que um bem seja tombado é necessário que o mesmo tenha valor excepcional arqueológico, etnográfico, bibliográfico, ecológico e artístico, que não é o caso, ou que tenha vinculação a fatos memoráveis da história da cidade. É notório que o prédio em questão não atende a estes requisitos. É preciso compreender que nem tudo que é antigo é patrimônio histórico", comenta Flor. Júlio Pretto, Jornalista, fala: "Vejo na antiga rodoviária de Maringá um pedaço da história da cidade. Apesar de ser um prédio antigo e com muitos problemas, acho que ela deve ser preservada. Caso não seja possível no total, pelo menos a fachada deve ser preservada, tombada".Através de uma enquete, os internautas do Maringá. Com também votaram sobre o "Destino" da Antiga Rodoviária. Para 48%, ela deve ser demolida e no lugar deve ser construída uma nova utilidade pública. Com 22%, restaurar, pois é um edifício histórico da cidade e 15% votaram em restaurar e revitalizar o Terminal.