Dez por cento da população constitui-se de pessoas portadoras de deficiência física, especialmente a motora. Para Andréa Schowarz que escreveu “Guia São Paulo adaptada 2001”, pela editora O Nome da Rosa, “O motivo principal foi que depois que eu passei diversos sufocos em bares e restaurantes, eu decidi escrever um Guia onde a pessoa pudesse encontrar informações antes de sair de casa para evitar possíveis “frustações”. O que constatei na pesquisa que fizemos para o Guia é que a falta de acesso se deve pela pura falta de informação”.Os Portadores de Necessidades Especiais (PNE) encontram muitas dificuldades por onde passam: Lojas, Restaurantes, Boates, Escolas, Shopping, lugares públicos na maioria das vezes não estão preparados para recebê-los, o que causa um grande desconforto, e faz com que eles nem sempre saiam de casa sozinhos. “Em maio do ano passado eu fui ao show do Engenheiros do Hawaii no teatro Marista, havia acabado de tirar o gesso da perna e precisei ir de cadeira de rodas, como o acesso ao teatro não possui rampa nem elevador, os seguranças tiveram que me levar no colo” fala Marcela Exner de 22 anos, com Osteogêneses Imperfecta (ossos de vidro). Os Portadores de Necessidades Especiais têm o direito constitucional do ir e vir (Lei 3.071 de 1/1/1916), para trabalho ou para lazer, sem sofrer qualquer impedimento ou discriminação.
Arquitetos, Engenheiros, Médicos, Professores, Designes, Comerciantes e outros profissionais liberais devem se adaptar aos PNE. “Sou estudante de design e vejo poucos trabalhos voltados para essa área, sempre tive interesse de trabalhar com projetos para deficientes físicos, mas não é fácil encontrar escritórios que atuem especificamente nessa área”, diz Marcelo Fernandes. Calçadas com buracos e desnivelamento, obras públicas e particulares desprotegidas de tapumes, dizem sobre a dificuldade que o portador enfrenta: “A principal dificuldade são os acessos aos lugares. Eu ando, porém, com uma certa dificuldade para subir escadas, degraus muitos altos, inclusive o banheiro de algumas casas noturnas, que não tem o devido acesso, como portas mais largas, corrimão, etc...”, comenta Marcela Exner.Quando as pessoas pensam em deficiente físico, pensam em pessoas que andam em cadeira de roda, mas existem outros portadores que praticamente não são lembrados, como o cego, tetraplégicos, síndrome de Down, entre outros. Suas necessidades são variadas como as de qualquer ser humano e por isso só podem ser atendidas por uma variedade de serviços e equipamentos, o que falta é informação de como lidar com pessoas portadoras de necessidades especiais em várias áreas profissionais. O preconceito que muito têm a ver nesse caso, leva aos portadores enfrentarem dificuldades no dia a dia. Dificuldades que podem ser atenuadas pela sociedade que com certeza vai causar menos constrangimento para aqueles que dependem de cadeira de rodas ou cegos. A igualdade de direitos é universal e o que não deve acontecer é que elas se sintam constrangidas por terem que usar um banheiro, pegar um ônibus, subir de elevador ou qualquer outra coisa que uma pessoa que não tem nenhuma deficiência especial faz.