EDUCAÇÃO

Sociedade Brasileira de Pediatria defende retorno das aulas presenciais

Em nota, os especialistas reforçam que as escolas precisam de planejamento e estratégias para garantir segurança básica no retorno dos alunos às aulas presenciais diante da pandemia da covid-19

Sociedade Brasileira de Pediatria defende retorno das aulas presenciais
A entidade coloca em foco o aumento significativo de casos de ansiedade, depressão e estresse em crianças e jovens durante o período de isolamento social. - Foto: Divulgação

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda a reabertura das escolas e também defende o retorno das aulas presenciais. A entidade coloca em foco o aumento significativo de casos de ansiedade, depressão e estresse em crianças e jovens durante o período de isolamento social.

Em nota, os especialistas reforçam que as escolas precisam de planejamento e estratégias para garantir segurança básica no retorno dos alunos às aulas presenciais diante da pandemia da Covid-19.

Porém, argumenta que o fechamento prolongado das escolas tem resultado em um imenso prejuízo para os estudantes e suas famílias, já que muitas crianças desenvolveram doenças durante o isolamento social e também sofreram defasagem no aprendizado.

“As crianças e adolescentes representam menos do que 1% da mortalidade e respondem por 2-3% do total das internações. A maioria das crianças tem quadro leve ou assintomático. Os casos graves em crianças são raros”, diz a nota da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Para a pediatra e médica do Departamento de Saúde Escolar do Colégio Positivo, Andrea Dambroski, as escolas estão fazendo a sua parte para viabilizar um retorno seguro para todos.

“A retomada das aulas presenciais é necessária e urgente. O impacto psicológico da pandemia tem sido tão ou mais preocupante entre os pediatras do que a própria doença, visto que a busca por atendimentos de urgência e emergência voltados para crianças e adolescentes, motivados por crises de ansiedade, tentativas de suicídio e uso de drogas aumentou significativamente”, alerta.

Mesmo as estatísticas apontando que crianças e adolescentes representam menos de 1% dos casos de mortalidade da Covid-19, é importante lembrar que aqueles que fazem parte de grupos de risco ou convivem com pessoas idosas devem avaliar o retorno presencial.

Para a especialista, é importante, nesse momento, que haja uma relação de confiança entre as famílias, os alunos e as escolas. “Os protocolos estão sendo seguidos de acordo com as recomendações de órgãos governamentais. Estamos promovendo treinamentos periódicos e atualizados para professores e colaboradores, sempre disponibilizando materiais de apoio que reforcem as medidas de prevenção. E se cada um fizer a sua parte, é possível sim garantir um ambiente seguro para o retorno dos alunos”, completa.

A importância de se priorizar esse retorno em função dos enormes prejuízos que o isolamento social e a suspensão das aulas presenciais acabaram por promover entre crianças e adolescentes é reiterada pela psicóloga, doutora em Educação e supervisora do Serviço de Psicologia Escolar – SerPsi – dos colégios do Grupo Positivo, Maísa Pannutti.

“O maior prejuízo é a falta do convívio social com os pares. Tanto crianças quanto adolescentes se mantiveram, durante o isolamento, em relações assimétricas, ou seja, com seus pais e pessoas que não possuem as mesmas posturas e idade que eles. Quando as crianças estão na escola, elas vivenciam relações entre pares, relações simétricas, e isso é um dos maiores motores para o desenvolvimento do indivíduo”, explica a especialista.

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