Entrevista com Evandro Oliveira, candidato à prefeitura de Maringá pelo PSDB
A entrevista com Evandro Oliveira é a sexta da série de matérias com os prefeituráveis de Maringá
Ciente da importância do papel eleitoral de cada cidadão, o Maringa.Com realizou uma série de entrevistas com os candidatos e candidatas à prefeitura de Maringá. As entrevistas consistem em um questionário com 13 perguntas abordando diferentes aspectos e problemáticas da cidade. Confira as respostas do candidato Evandro Oliveira:
Nome de Urna:
Evandro de Freitas Oliveira
Nome completo:
Evandro Buquera de Freitas Oliveira
Data de nascimento:
29 de abril de 1964
Filiação (Partido):
PSDB
Cargos políticos exercidos:
Atual presidente do partido PSDB em Maringá
Qual é a vocação de Maringá (turismo, indústria, educação, etc.) e qual será o foco para explorar e ampliar este perfil que a cidade possui?
Na verdade, Maringá ainda não encontrou sua verdadeira vocação. Temos eventos como a Expoingá e o Hallel, que trazem para a cidade bons resultados e a Maringá Encantada que ainda não encantou, e falo por ter outros exemplos de festas de fim de ano em várias cidades do Brasil que são melhores e com um custo menor. Assim, precisamos dar nova cara a este evento. Dizemos ter um polo de Tecnologia, mas fica resumido a poucos empresários. Isto também precisa ter maior amplitude.
Não temos festas típicas de peso que atraiam cidades vizinhas e pessoas de fora do Estado para trazer renda e benefícios à nossa cidade tanto em divisas como em projeção. Para o porte de Maringá e pela forma como alguns a apresentam, é muito pouco. Nosso foco será buscar soluções em conjunto com Empresários e Estudantes das Escolas e Universidades de Maringá, desenvolvendo Projetos Sociais e Culturais.
É preciso atrelar também a visão de que Maringá precisa fazer jus ao nome de cidade arborizada e, para isto, é necessário ter projeto de paisagismo nos bairros, iluminação eficaz, com pontos de ônibus seguros (com dispositivos para isto) e criar concursos entre faculdades e escolas para envolver a sociedade como um todo, visando criar Projetos específicos em cada bairro, incluindo Eventos e Festividades em Iguatemi e Floriano.
Uma reclamação recorrente de quem mora na periferia é de que as ações governamentais ocorrem mais no centro. Se eleito, o que fará em prol da área periférica de Maringá?
Reclamação pertinente e justa, inclusive é só dar uma volta nos bairros para ver a monstruosa diferença de cuidados em todas as direções. Não há nada que traga aos bairros a convivência próxima do que se encontra na região central e cito, por exemplo: paisagismo pobre; ruas sujas; calçadas destruídas ou nem existem; iluminação precária; segurança distante da realidade; falta de opções de cultura; não há eficiência na rede pública como deveria, tendo reflexo direto na qualidade de ensino, com defasagem de vagas em creches, com filas de espera que nunca terminam.
Maringá parece ser projetada apenas para ricos e isto é um grave erro que se comete aqui, pois não existem classes separadas, distintas, como o que acontece em grandes centros urbanos com bairros desprovidos de tudo e gerando problemas a toda população. Os distritos de Floriano e Iguatemi são mal aproveitados, quando poderíamos criar Festas Tradicionais e Eventos nestes lugares, envolvendo cultura, esporte e lazer.
Qual será o principal projeto cultural e como será realizado?
Aqui não há como enumerar apenas um Projeto até porque temos inúmeras entidades e pessoas que atuam nesta área, mas o que vemos é a falta da aproximação entre Poder Público e este segmento, e isto precisa mudar urgentemente. Temos um belo exemplo para reafirmar esta minha colocação: o edifício da antiga Bibliooteca Pública que está em situação de abandono total. Temos não só a Cultura, mas o Esporte como trampolim para uma sociedade mais equilibrada. Portanto, precisamos ouvir quem está nesta área e criar Projetos em conjunto, sem enumerar algum específico. É o que tenho analisado em Maringá.
Nos últimos cinco anos, a população em situação de rua dobrou em Maringá. De acordo com a última pesquisa realizada pelo Observatório das Metrópoles, em 2019 o índice foi 27% superior ao ano de 2018 e muitos indivíduos estão nessa situação há menos de um ano. Como o município pode auxiliar para que essas pessoas saiam da situação de rua?
Outro problema que nunca se resolve e piora a cada dia. Isto remete à reflexão que citei acima: Maringá é uma cidade com característica de quem tem condições de vida acima da média, e aqui o setor Público precisa, de uma vez por todas, trabalhar de forma organizada e coordenada com o terceiro setor porque o setor público não consegue cumprir seu papel.
Não há nada, nada, que mude isto se não atrelar a visão humana à gestão. E digo isto porque você não vê nada além de ‘dormitórios” para estas pessoas passarem a noite e, no outro dia, voltarem às ruas de novo.
Não há interação cultural, não existe projeto de cidadania envolvendo oficinas de trabalho a estas pessoas que têm baixa renda, sem nenhuma formação escolar, mas que podem aprender uma profissão e sair desta condição desumana e miserável que se encontram.
Nos casos onde há dependência química (álcool e drogas), não tem como ver de outra forma: apenas o terceiro setor, com apoio de órgão público em todas as direções, pode ajudar a mudar este quadro atual. Falo diretamente das Igrejas e Instituições que têm experiência nesta área, mas que precisam de ajuda e apoio jurídico e financeiro para acampar estes projetos.
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Após dois anos consecutivos em primeiro lugar como a melhor cidade do Brasil, Maringá caiu de posição e se encontra em segundo lugar no ranking “Desafios da Gestão Municipal (DGM)” que analisa quatro setores fundamentais: saúde, educação, segurança e saneamento e sustentabilidade. Na sua opinião, quais medidas deveriam ser tomadas para Maringá recuperar a liderança?
Voltar a ser o que era antes e isto só será possível colocando a Educação na ponta de todas as coisas.
A pandemia do Coronavirus acarretou uma crise no mercado formal em Maringá. De acordo com dados do Ministério da Economia, cerca de 9,5 mil maringaenses solicitaram o seguro-desemprego entre abril e junho de 2020. Este foi o maior patamar trimestral da série histórica, desde o ano 2000. De que maneira a prefeitura poderia amenizar esses números e quais seriam as medidas adotadas?
Destravar, desburocratizar a forma como ela atende aos seus Empresários seria uma delas. Temos um processo lento, moroso em aprovações de Projetos em todas as direções, desde Engenharia a Projetos variados. Precisamos fomentar o comércio local com algumas ações e, dentre elas, fomentar o turismo, inclusive na área de gastronomia, criando projetos para movimentar a rede hoteleira que, por sua vez, movimentaria o comércio e outros setores em um efeito dominó. Temos também a opção em criar uma linha de frente com os Empresários para ouvir o que pode ser feito. Isto não existe e ficou evidente nesta pandemia, levando a uma situação muito complicada. Burocracia e distanciamento do setor público com empresariado é o maior problema aqui.
O Plano de Mobilidade de Maringá, o PlanMob, tem como principal objetivo estabelecer um trânsito menos poluente, com maior qualidade no transporte coletivo e viabilidade para o uso de bicicletas como meio de transporte. Considerando a realidade maringaense, quais destes fatores seria o principal obstáculo a ser superado para a implementação do PlanMob de modo efetivo?
Em 3 de dezembro de 2019 foi realizada a primeira audiência pública sobre este tema tão importante, necessário e atual. É um projeto sério, muito bom, mas para não parecer implicância, vou resumir o que penso: não conseguimos manter a nossa cidade limpa, com trânsito humanizado; não há planejamento para circulação de veículos ciclomotores (motos); não conseguimos cortar as árvores condenadas há mais de décadas; temos inúmeros pontos em ruas e avenidas da cidade com vários pontos de alagamento quando chove um pouco mais forte; árvores caindo o tempo todo neste período, dando um nó no trânsito; faixas de pedestres em esquinas onde o trânsito é complicado como nas praças, (cito a famosa Praça do Peladão), dos balões da Mandacaru, nos trevos próximos ao Shopping Catuaí, entre outros. Então, como vamos tratar de projetos tão amplos com a credibilidade que eles merecem? Precisamos resolver os problemas que se apresentam hoje e não resolvemos.
Na sua opinião, qual é o principal problema a ser resolvido em Maringá? E como pretende resolvê-lo?
Destravar, desburocratizar Maringá, ouvir pequenos empresários e investir pesado na qualidade da educação, inclusive técnica. Não há outra saída neste momento a não ser investir em nossas crianças, dando a elas educação de qualidade. Educação, educação, educação. Esta é nossa única saída e ponto final.
CANDIDATOS – O intuito da série de entrevistas é fazer com que o público conheça um pouco mais sobre os candidatos, suas opiniões e propostas. Confira a data de postagem de cada matéria. A ordem estabelecida é alfabética:
Akemi Nishimori - PL (5 de outubro)
Anníbal Bianchini - PTC (6 de outubro)
Audilene Rocha - Progressistas (7 de outubro)
Carlos Mariucci - PT (sem respostas)
Dr. Batista - DEM (8 de outubro)
Eliseu Fortes - Patriota (9 de outubro)
Evandro Oliveira - PSDB (13 de outubro)
Homero Marchese - Pros (14 de outubro)
José Luiz Bovo - Podemos (15 de outubro)
Professor Edmilson Aparecido da Silva - PSOL (16 de outubro)
Rogério Calazans - Avante (17 de outubro)
Ulisses Maia - PSD (20 de outubro)
Valdir Pignata - Cidadania (21 de outubro)