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Mosquito da dengue infesta bairro, dizem moradores

O alto índice de infestação do mosquito Aedes Aegypti no Jardim Internorte "e o descaso das autoridades" estão causando revolta na família do advogado Marcelo Brandão, e a dona de casa, Rosane Michels Brandão.

Ela, moradora há 25 na região, disse que a presença do mosquito transmissor da dengue aumentou muito nos últimos meses.

"No fim da tarde fica cheio", explica.

"Em 2003 houve um grande surto da doença aqui no bairro, e se a pessoa pega pela segunda vez é muito mais perigoso.

Nós não pegamos, mas eu morro de medo.

Tenho uma filha pequena, de 4 anos, já avisei a secretaria municipal de saúde e outros órgãos mas até agora não resolveram nada".

Rosane Brandão, que mantém dezenas de vasos no quintal - devidamente forrados com areia para não se tornar ambiente de água parada ? aponta os vasos de vizinhos e a caçamba de entulhos da esquina como os principais suspeitos de colaborar com a proliferação do mosquito.

A última reclamação foi registrada na ouvidoria, mas o resultado ficou muito aquém do esperado.

"Eu disse que iria processar a prefeitura se tiver dengue em casa. Sabe o que falaram pra mim?", conta a dona de casa.

"Pra eu guardar os mosquitos e usá-los como testemunhas.

Estou guardando mesmo, olha só", aponta para o vidro onde ´jazem´ meia dúzia de mosquitos, muito semelhantes ao Aedes Aegypti.

Contactado por telefone, o secretário de Saúde, Heine Macieira, disse que a dengue "está controlada no município".

"Agora sobre essa coisa de ter lá no Jardim Internorte teria que protocolar reclamação, só falar não adianta", disse.

Com o vidro e os mosquitos de dona Rosane em mãos, a equipe de O DIÁRIO seguiu para a Secretaria de Saúde, para confirmar a ?identidade? do inseto.

Durante o tempo em que a reportagem permaneceu no departamento de Controle Ambiental, não havia funcionário capacitado para esclarecer a dúvida.

A informação passada foi de que as coordenadoras do setor não trabalhariam à tarde.

Extra-oficialmente, os servidores que observaram os mosquitos não tiveram dúvida em confirmar que se tratava de Aedes Aegypti.

O supervisor do Centro de Controle de Zoonoses da secretaria, Arnaldo Lima Costa, afirmou que ações periódicas de prevenção são feitas em todas as regiões da cidade "inclusive no Internorte", mas reconheceu que aquela região tem o segundo maior índice de infestação do mosquito na cidade: 4,1%.

O primeiro lugar em risco de dengue é a região do Parque Lea Leal, Patrícia e Oásis, com infestação de 5,5%.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que incidência acima de 1% é preocupante.

A terceira colocação em infestação fica para o Jardim Alvorada e Morangueira.