ECONOMIA

Natal e 13º salário elevam a confiança do consumidor maringaense, segundo pesquisa

Contrariando o cenário nacional, o Índice de Confiança do Consumidor Maringaense (ICCM) subiu 2,5 pontos percentuais em novembro em relação ao mês anterior e chegou aos 146 pontos, segundo a pesquisa mensal realizada pela Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) e Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Essa é a segunda maior marca desde 2006 quando o levantamento começou a ser feito em Maringá. O recorde histórico de 147,4 pontos – numa escala que vai até 200 pontos – pertence a dezembro de 2010.

No comparativo com o mesmo período em 2011, o indicador cresceu 11,4 pontos percentuais em novembro – no ano passado estava na marca dos 134,6 pontos. O economista Joilson Dias, coordenador da pesquisa, atribuiu essa maior confiança na economia maringaense aos comerciantes. “O ICCM-Comércio foi superior aos demais ao longo deste ano com desempenho acima da média nos quesitos geração de renda e satisfação financeira”, explica.

Dos cinco índices avaliados na pesquisa, o Índice de Expectativa de Renda (IER) e o Índice de Expectativa de Emprego (IEE) registraram as maiores altas em relação ao ano anterior. Os dois índices cresceram 18 pontos percentuais nos últimos 12 meses ultrapassando a barreira de 135 pontos, o que indica confiança muito boa. O desempenho de novembro também foi superior ao do mês anterior. O IER subiu 6,5 pontos e agora está em 137,6 pontos, enquanto o IEE chegou aos 135,8 pontos após a alta de 4,6 pontos.

O Índice de Satisfação Financeira (ISF) aumentou 14,7 pontos percentuais desde novembro de 2011 indicando ganhos econômicos superiores em 2012. O índice de 160,6 pontos é considerado ótimo e indica que a grande maioria da população está se beneficiando do crescimento da economia.

O Índice de Expectativa do Consumo (IEC) teve um crescimento mais modesto. A diferença entre 2011 e 2012 é de 3,5 pontos percentuais e de outubro para novembro de 1,1 ponto percentual, ainda assim os 151,2 pontos percentuais mostram que mais de 51% dos consumidores pretendem consumir mais nos próximos meses.

O Índice de Expectativa Nacional (IEN) foi o único que apresentou retração anual de 1,2 ponto percentual. No comparativo mensal, o índice subiu 2,3 pontos percentuais e chegou a 144,5 pontos. “O IEN apresentou pequenas oscilações. Este nível de estabilidade indica uma confiança muito boa no desempenho da economia brasileira”, avalia Dias.

Endividamento

Em novembro, 52% das famílias maringaenses possuíam algum tipo de dívida, ante percentual de 44% verificado no mês anterior. O grau de endividamento acima da média nacional de 44% requer atenção segundo o economista. Outro fator que preocupa é o avanço do valor médio das prestações que, nos últimos três meses, passaram de R$ 532,00 para os atuais R$ 640,00.

A consequência natural foi o aumento das inadimplências. Os consumidores com as contas em dia reduziram de 90,7% para 86,6% e os que estão com os nomes no SPC e Serasa subiram de 4,6% para 6,3%. “Sem dúvida que este é um quadro preocupante para as compras de natal, pois os consumidores estarão com sua renda mais comprometida em relação aos anos anteriores. A expectativa é que os ganhos econômicos, devido a maior quantidade de pessoas empregadas e o aumento de renda com o 13º salário, sejam suficientes para reduzir este impacto negativo”, diz Dias.

Compras de natal

A pesquisa revelou ainda que os gastos com as compras de Natal serão maiores este ano do que em 2011. Entre os entrevistados, 28% disseram que vão gastar mais com presente contra 11% que pretendem comprar menos. Outros 49% dos consumidores pretendem gastar o mesmo montante.

Outra confirmação de que as compras de natal serão superiores vem da utilização do 13º salário. A compra de presentes foi indicada por 11% dos consumidores, seguido de viajar (11%), reforma da casa (4%) e a troca de veículo (3%). No entanto, o maior destino do 13º ainda é a poupança (18%), seguido do uso para pagamento de contas em atraso (14%). O comportamento de pagamento das contas em atraso superior ao ano anterior é esperado devido o maior grau de endividamentos dos consumidores neste ano.

As viagens das famílias este ano serão em torno de 2% superiores ao do ano passado. No entanto, o gasto médio dobrou passando de R$ 2,3 mil para acima de R$ 5,2 mil. As indicações de viagens internacionais cresceram muito neste ano. Este é um reflexo do bom desempenho da nossa economia.

A pesquisa ouviu 539 consumidores maringaenses.