TRANSPORTE

Estudos sobre a demanda do transporte de Trem de Passageiros de Maringá iniciam ainda este mês

Coordenadores do Projeto Trem Pé Vermelho, que liga as cidades de Ibiporã à Paiçandu, passando por Maringá, estiveram reunidos nesta quarta-feira (1) na Associação Comercial de Maringá, para definir os procedimentos da pesquisa de campo que começa ser realizada no dia 24 deste mês. O Trem Pé Vermelho, assim como o Trem da Serra Gaúcha, são os dois projetos pilotos do Ministério dos Transportes que visam a implantação de trens regionais de passageiros em mais 14 regiões do Brasil.

Participaram da reunião o presidente da Urbamar, Fernando Camargo, pesquisadores da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb), Universidade Estadual de Maringá, Universidade Estadual de Londrina e Universidade Federal de Santa Catarina, além de representantes dos municípios que integram o trajeto do Trem Pé Vermelho.

Segundo Fernando Camargo, Maringá está na vanguarda em relação às outras 12 cidades que compõem o trecho ferroviário do Pé Vermelho. “Com as obras de rebaixamento da via férrea, a cidade está desenvolvendo importantes ações para o transporte ferroviário de passageiros”, destacou.

O primeiro passo para o início das atividades do projeto Trem Pé Vermelho se deu com o estudo de sua viabilidade, quando foi levantado entre outros aspectos, as passagens de nível e as obras de arte que a atual ferrovia utiliza. Segundo o pesquisador da UFSC, Rodolfo Flipine, é mais provável que seja construída uma nova via. “Em levantamento recente, quando registramos em vídeo todo o trajeto, foi constatado que na região maringaense mais de 12 composições diárias com 120 vagões passem pela cidade. Com esse trânsito, dividir o espaço com o trem de passageiros não seria interessante”. Por outro lado, o pesquisador lembra que a nova via aproveitaria a mesma faixa de domínio da linha férrea existente.

Sobre a natureza do trem que será utilizado no Pé Vermelho, o coordenador da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre – Trensurb, Paulo Thimóteo, avalia que as pessoas ainda possuem a visão romântica do Trem Antigo, de uma “Maria Fumaça”, mas segundo ele, tanto no projeto paranaense quanto no gaúcho, o trem a operar é moderno, uma espécie de metrô leve e que vai utilizar tecnologia nacional.

Ainda segundo Thimóteo, o transporte ferroviário de passageiros beneficia os portadores de necessidades especiais, uma vez que as plataformas das estações geralmente estão no mesmo nível do trem. Bicicletários nas futuras estações já fazem parte do cenário de estudo do projeto. Em cidades planas onde pode ser mais usado esse tipo de transporte, como na cidade de Esteio -RS a bicicleta já é uma opção para os trabalhadores.

Após o levantamento de demanda na pesquisa de campo, o próximo passo para a implantação do Trem Pé Vermelho é o levantamento de custo e análise operacional.
PMM