PEDÁGIO

Em dez anos, pedágio já custou mais de R$ 6,5 bilhões aos paranaenses

A população paranaense lembra este mês os dez anos da implantação do pedágio nas estradas do Paraná. Para o Governo Estadual, uma data longe de ser comemorada. Em junho de 1998, os motoristas começam a cumprir uma dura obrigação — pagar para ter o direito de trafegar por cerca de 2,5 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais. Era o início da cobrança de pedágio em vias que antes eram públicas.

“O pedágio no Paraná foi um enorme erro. Os governos estadual e federal possuíam e possuem recursos suficientes para manter todas as estradas em boas condições. Basta aplicá-los de forma eficiente e correta”, avalia o secretário dos Transportes, Rogério W. Tizzot.

Até o final do ano passado, as seis empresas que operam nas rodovias concessionadas do Paraná arrecadaram em números corrigidos mais de R$ 6,5 bilhões. “É o resultado de um sistema concentrador, que tira de muitos para garantir o lucro para poucos”, critica o secretário.

Criado por consultorias da iniciativa privada, o modelo implantado no Paraná não possui igual no país. Ficou definido que ganharia a concessão, de cada um dos seis lotes licitados, a empresa ou o consórcio que se dispusesse a cuidar do maior número de rodovias de acesso.

“É a prova de que não houve competição na licitação. Se tivesse ocorrido disputa, hoje as concessionárias, com a mesma receita, estariam mantendo mais de 4 mil quilômetros e não apenas os 2,5 mil. O governo, à época, não deveria ter homologado essa licitação por falta de competitividade. Isso livraria os paranaenses do enorme prejuízo que estão tendo hoje”, denuncia Tizzot.

AEN