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Sanepar aprova aumento de 14% nas contas de água e irrita Requião

O conselho administração da Sanepar, a pedido da diretoria, aprovou um aumento de 14% nas contas de água e esgoto em todo o Paraná. O reajuste, que foi decidido numa reunião na tarde de segunda-feira (25), irritou o governador Roberto Requião (PMDB) que, em público, vetou a decisão da empresa - que seria aplicada em 1º de abril. Entretanto, não descartou um índice menor de reajuste: "A Sanepar tem que aumentar a renda otimizando o uso de sua rede. E talvez mereça algum aumento também", disse. "Seguramente não serão os 14%", reagiu quando questionado sobre o novo índice.

Na manhã de terça-feira (26), antes da "Escola de Governo", Requião cobrou explicações do presidente da Sanepar, Stênio Jacob. Ao fim da reunião com o secretariado, Requião disse que a diretoria "andou com as rédeas soltas" e comentou que em anos anteriores também foram negados os reajustes e mesmo assim "a Sanepar teve um belíssimo lucro".

Reajuste acumulado

Por telefone, o presidente do conselho, o advogado Pedro Henrique Xavier, explicou que o pedido de aumento nas contas de água foi feito pela diretoria, que justificou o índice de 14% como sendo uma variação do acumulado do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desde 2005. "O conselho não tem autonomia para fixar um reajuste. O conselho apenas aprova, ou não, e encaminha ao governador", disse. "Se (o conselho) tivesse essa prerrogativa (de definir o reajuste) eu, em consideração, consultaria o governador", completou.

Além do IPCA, o índice de 14% cobriria ainda o aumento de custos com produtos químicos usados no tratamento da água - conforme um levantamento feito pelos técnicos da empresa.

Xavier comentou que o reajuste nas contas é recomendável para a manutenção da saúde da empresa. "O aumento de 14% possibilitaria a ampliação da capacidade de investimento da Sanepar", afirmou. "Com o veto de Requião, vamos ter que diminuir o volume, a velocidade, de investimento e diminuir os custos", completou. O presidente do conselho explicou que agora cabe à diretoria da Sanepar rever todo o investimento anual e o planejamento estratégico da empresa.

O presidente da Sanepar, Stênio Jacob, não foi encontrado pela reportagem para comentar o veto de Requião ao reajuste. O diretor financeiro da Sanepar, Hudson Calefe, também não foi localizado. No fim da tarde de terça-feira (26), a empresa informou que ninguém da Sanepar falaria sobre o assunto.

ACIM