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Suspeitos confessam assassinato de universitária

Estão presos os quatro acusados de serem os autores do assassinato que vitimou a estudante universitária Ana Cláudia Caron, 18 anos. A morte da jovem chocou os paranaenses e mobilizou uma força-tarefa organizada pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná, unindo diversas unidades especiais das polícias Civil e Militar.

Segundo a Agência Estadual de Notícias (AEN) a arma do crime também foi apreendida, neste domingo (26). Cerca de 36 horas depois de encontrar o corpo da estudante, a polícia paranaense colocou atrás das grades os quatro acusados, que acabaram confessando o crime para a polícia.

"Solucionar o caso para dar uma resposta de justiça para a família da Ana Cláudia era uma questão de honra para as polícias. Trabalhamos ininterruptamente para não deixarmos um crime bárbaro como este impune", disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, em entrevista coletiva realizada na tarde deste domingo, no 1° Distrito Policial de Curitiba.

Para Delazari, o crime foi fruto de uma sociedade violenta e do uso cada vez maior de drogas, um crime de oportunismo, que não tinha como ser previsto.

Ainda de acordo con a AEN, participaram da força-tarefa coordenada pelo secretário unidades como o Grupo Tigre, Centro de Operações Policiais Especiais, Delegacia de Furtos e Roubos e Furtos e Roubos de Veículos, Delegacia do Adolescente e de Almirante Tamandaré, além de vários policiais de grupos de elite da Polícia Militar do Paraná, como a P2 (Serviço Reservado).

Buscas - Na madrugada de sexta-feira (24), a polícia localizou, na região do Parque Tanguá, o veículo de Ana Cláudia, um Palio azul, incendiado, e então concentrou as buscas na região. Ainda na sexta-feira, a polícia divulgou um retrato-falado de um dos suspeitos que também ajudou a polícia nas investigações.

Na noite deste sábado (25), foram presos Ângela Ferraz da Silva, 22, anos, seu namorado, o adolescente A.S.,17 – que completa 18 anos neste domingo (26) - J.P.M., 15, e Weryckson Ricardo de Pontes, 19. Segundo o delegado titular de Almirante Tamandaré, Jairo Estorilio, que também integrava a força-tarefa, Ângela e A.S. foram detidos na casa onde moravam, na região do Parque Tanguá. Na casa deles, a polícia encontrou todos os objetos levados da garota no momento do crime. "Roupas, brincos, bolsa, celular e outros pertences de Ana Cláudia", contou Estorilio. Todos os objetos já foram reconhecidos pelo pai da vítima.

De acordo com o delegado, Ângela levou a polícia até o outro adolescente, que morava na mesma região. Horas depois de encontrar os três, a policia prendeu Pontes. "Por enquanto, a participação de Weryckson se restringe ao desaparecimento da arma do crime", informou o delegado. Pontes foi preso na mesma região do Parque Tanguá.

"Eles queriam roubar a moça. São usuários de drogas, inclusive, encontramos maconha na casa", explicou o delegado. O delegado contou que Ângela afirmou que Ana Claudia ficou com eles, na terça-feira (21). "O A.S. contou com detalhes como ocorreu o crime. Tivemos a informação de que a estudante foi abusada sexualmente. Ângela foi conivente com tudo o que aconteceu, inclusive guardou o carro até eles decidirem se desfazer do veículo", disse.

Durante a coletiva, a polícia informou que uma testemunha já reconheceu A.S. e J.PM. como as pessoas que levaram a estudante próxima à academia, onde ocorreu o rapto.

Inquérito - Os quatro detidos vão responder por homicídio qualificado. O laudo do Instituo Médico Legal confirmará ainda a causa da morte e o possível confronto do material coletado do corpo da vítima. A participação de cada um deve ser definida pelo Ministério Público, assim que o inquérito for concluído.

O crime - A estudante foi levada, por volta das 19h de terça-feira (21), quando ia para a academia, próximo a um shopping, na região central de Curitiba. O corpo da jovem foi encontrado, carbonizado, na manhã desta quinta-feira (23), em Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba.