CULTURA

Plataforma Estopim chega a Maringá e Londrina com exposição itinerante em mala

Projeto curitibano que democratiza acesso às artes gráficas traz circuito expositivo ao interior do estado.

Plataforma Estopim chega a Maringá e Londrina com exposição itinerante em mala
Mala com obras chega a Londrina e Maringá nesta semana. - Foto: Divulgação/Caio Henrique de Almeida

Nesta quinta (22) e sexta-feira (23), chega a Maringá e Londrina o circuito de exposições ‘De mão em mão: 10 anos da Plataforma Estopim’, na Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e no espaço cultural Grafatório. A mostra apresenta um recorte do Acervo Estopim constituído por artes gráficas, múltiplos e publicações de artistas independentes.

A mala onde a exposição, além de ser levada, também é apresentada, carrega cerca de 85 trabalhos. A curadora Luana Navarro conta que as obras estão divididas em eixos. "Nós pensamos em uma exposição portátil, com linguagens distintas e separadas em cinco eixos: arte postal, exposições impressas, pesquisas de artistas na universidade, publicações LGBTQIA+ e múltiplos de artistas", conta.

Vale lembrar que o acervo da Plataforma Estopim se formou de forma orgânica, por meio de doações quando feiras ou eventos foram realizados ao longo dos últimos 10 anos. A Plataforma é conhecida em todo Brasil por organizar eventos que fomentam e disseminam as artes gráficas e impressas, com residências, exposições, feiras e atividades formativas.

Atualmente, a coleção Estopim tem cerca de 600 itens de artistas e editoras independentes e podem ser consultados na biblioteca da Alfaiataria Espaço de Artes, em Curitiba.

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Para Guilherme Jaccon, também curador, é importante fazer com que este acervo circule e seja descentralizado. “Quisemos fazer um acervo que também pudesse viajar por outras cidades e fomentar a cena de impressos além de Curitiba, em locais que também tem cursos de Artes Visuais na universidades e pessoas que há 10 anos participam dos nossos eventos", diz ele sobre a escolha das cidades de Maringá e Londrina para a itinerância.

Nesta quinta-feira (22), das 14 às 18 horas, o acervo será exibido na UEM. Além da mostra, haverá também um bate papo com os curadores, intermediado pela artista e professora Roberta Stubs.

Para Stubs, além de ser uma iniciativa que fomenta a troca e o compartilhamento de artes, a Plataforma Estopim gera movimentos de criação e inspiração. “Instaurar novos formatos, fundar espaços artísticos de troca e circulação são práticas que podem inspirar muito os nossos alunos e o público em geral, porque mostra que a arte pode ser mais democrática e independe de grandes instituições para acontecer”, comenta.

Na sexta-feira (23), das 18 às 22 horas, a exposição chega a Londrina, no espaço cultural Grafatório, que também funciona como selo editorial e gráfica no centro da cidade. Por lá, além da mostra, também vai acontecer uma discotecagem com a DJ Trovoada, que mistura ritmos e sons que refletem suas raízes e explora novos territórios sonoros e com o DJ Gustavo Conti, colecionador de discos e pesquisador musical que constroi sets com vinis de disco, funk, soul, new wave, eletrônicos, grooves e latinidades.

A Plataforma Estopim

A Plataforma Estopim foi criada para difundir projetos de artistas que trabalham com artes gráficas e impressas. Este ano, a programação abrange mostras, ações formativas, publicação comemorativa, feira e um circuito de artes gráficas, além de disponibilizar seu acervo em uma biblioteca física, com múltiplos e publicações de artistas independentes.

A ideia, que teve início em 2014, aconteceu quando os artistas e produtores Luana Navarro e Guilherme Jaccon se conheceram e decidiram criar um espaço que saísse dos formatos tradicionais expositivos. “A gente já pesquisava o universo dos impressos e decidiu fazer algo que fosse mais democrático", afirma Luana. Com o caráter acessível e democrático da iniciativa, o primeiro evento reuniu 500 pessoas, estabelecendo um marco importante no cenário artístico local. “Foi um público alto de visitação. Vimos que esse era um caminho que tinha interesse do público que consome e também de quem produz", completa.

Luana Navarro e Guilherme Jaccon, idealizadores da plataforma Estopim. Créditos: Soraya Tempo

Depois disso, não pararam mais. Na pandemia, por exemplo, a Estopim aconteceu de maneira online com um web site, lives de palestrantes, uma publicação experimental e venda de trabalhos. “O interessante sempre foi poder gerar renda e movimentar o circuito da arte. Por isso, nosso projeto envolve sempre muitas pessoas", diz Jaccon.

Para Guilherme, que pondera sobre o meio das artes visuais ser um universo solitário, as edições das feiras atuam para mostrar a importância do coletivo. “A Estopim conseguiu dar ênfase aos fazeres coletivos e fomentou a criação de novos espaços onde o legal é justamente o encontro direto entre o público e os artistas, com foco em humanizar essa relação no campo das artes".

O projeto tem o incentivo do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná (PROFICE) e apoio da Companhia Paranaense de Energia (Copel).

Serviço

Exposição Acervo Estopim em Maringá
Quando: Data 22 de maio - 14h às 18h
Bate papo com a curadoria: 17h30
Onde: Universidade Estadual de Maringá - Av. Colombo, nº 5790, Jd. Universitário Entrada gratuita

Exposição Acervo Estopim em Londrina
Quando: 23 de maio - 18h às 22h
Onde: Grafatório - R. Mossoró, nº 483 - Centro
Entrada gratuita
Discotecagem com Trovoada e Gustavo Conti

Assessoria de imprensa/BAComunica