O mundo de Monik
Influenciadora maringaense de 25 anos, que tem se destacado nas redes sociais e conquistado fãs em todo o Brasil, quer chegar ao estrelato com sua música e seus looks.

A influenciadora do momento é de Maringá. Monik Carraschi Nogueira, de 25 anos, também conhecida como Monik da Moda, acumula 122 mil seguidores no TikTok e 177 mil no Instagram, onde posta vídeos divertidos que misturam seu senso de estilo nada básico com humor — ela aparenta não ter um pingo de timidez — e música.
“Em 24 horas, o clipe alcançou 20 mil visualizações, um número que eu normalmente conseguia em duas semanas”, explica sobre seu lançamento musical mais recente, o single ‘Grande Bebê’.
Todo esse sucesso vem na esteira do crescimento de Monik nas redes sociais, que, no final do ano passado, viralizou com outra música: ‘Diva do Interior’. Até o momento, esse é seu single mais bem sucedido — são mais de 115 mil reproduções no Spotify e o clipe já foi assistido 78 mil vezes no Youtube.
O refrão “Oh oh eu sou diva do interior / Oh oh de salto alto no boteco” virou trilha sonora de quem voltou para a cidade natal durante as festas de final de ano e foi popular nas redes sociais durante as últimas semanas de 2024.
No entanto, a carreira de Monik como influenciadora digital não começou por causa da música, apesar de sempre ter sido um de seus objetivos. “Quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, eu respondia: ‘Cantora, modelo e atriz’”, afirma em entrevista concedida ao Maringa.Com. E, de alguma maneira, ela tem realizado cada um desses sonhos.
Depois que começou o curso de Moda, Monik se encontrou e percebeu que o Instagram poderia ser um espaço para se destacar em um mercado competitivo.
“Na época meu conteúdo era só sobre moda mesmo, mas eu sempre tive uma veia para o humor. Eu fazia palhaçada, fazia as pessoas rirem. Então decidi lançar uma música, que era pra ser de comédia, eu ia cantar com uma vozinha cômica”.
Monik mandou a composição para um produtor, que percebeu o potencial da canção. “Resolvi cantar bonitinho e foi aí que minha carreira na música começou”.
‘Intocável’, lançado em maio de 2024, é sobre uma desilusão amorosa. Depois de ser rejeitada uma vez, ela se refaz mais confiante. “Já te quis e você não, meu bem / Quero ver achar outra nesse meu patamar”.
A autoconfiança presente nas letras de suas músicas também é refletida na maneira como se veste. Claramente inspirada pelas tendências dos anos 2000 e 2010, e com influências que vão de Paris Hilton à Bebel, personagem interpretada por Camila Pitanga na novela ‘Paraíso Tropical’, Monik usa roupas coloridas, muitos acessórios sobrepostos, minissaias de cós baixo e saltos decorados com strass.
Esse estilo é definido pela própria como ‘fubanga’, termo que se popularizou na internet e engloba uma estética ousada e sensual — com roupas curtas, transparência, formas justas e decotes —, muitas vezes vista como inapropriada, vulgar ou brega, mas que acabou se transformando em expressão de empoderamento.
“[Ser fubanga] é brincar com a ironia. É pegar peças que são consideradas feias, usá-las justamente por conta disso e de uma maneira mais mirabolante do que a peça já era sozinha”, explica. “É ser ousada e não se importar muito com a opinião dos outros. É sobre você ser expansiva na sua maneira de se vestir e também demonstrar autoconfiança”.
Justamente por causa da maneira como se veste, Monik, que mora em Maringá, se destaca por onde anda, mas sem preocupações porque, segundo ela, o julgamento vai chegar de qualquer maneira. “Sou criticada todos os dias não só pelas roupas, mas por tudo que eu falo. Então é melhor ser criticada por fazer as coisas do jeito que eu quero”, fala de maneira bem humorada.
Leia também:
- 10 setores que bombaram na seção de empregos do Maringa.Com nos últimos 12 meses
- UEM vai ter mais mil câmeras instaladas no câmpus sede e Hospital Universitário
- ‘Ameaça no Ar’, ‘Anora’, ‘Conclave’ e ‘Paddington 3’ estreiam nos cinemas de Maringá
Musical desde sempre
Assistir aos clipes de Monik é como retornar à época em que MTV dominava o imaginário de quem cresceu nos anos 2000.
Era uma vez, em um tempo não muito distante — antes do surgimento do Spotify e dos algoritmos comandando o consumo de música com playlists completamente personalizadas —, artistas novos, que não tocavam com frequência nas rádios brasileiras, eram descobertos na frente da televisão durante as tardes dos dias de semana. Para alguns de nós, a jornada de assistir ao clipe de ‘Poker Face’, da Lady Gaga, pela vigésima vez começava na batalha para fazer o canal pegar no receptor oscilante da antena parabólica.
Além da MTV, que apelava para um público mais jovem, as músicas que grudavam na mente do Brasil inteiro também faziam parte de trilha sonoras das novelas e as rádios monopolizavam nossos ouvidos com os hits nacionais e internacionais do momento. Era a era de ouro de Kelly Key, Felipe Dylon e Rouge. Wanessa (na época ainda Camargo), Avril Lavigne e KLB. Sandy & Junior, Timbaland e Shakira.
Todas as referências visuais usadas por Monik também são dessa época. ‘Promiscuous’, da cantora canadense Nelly Furtado, influenciou as cenas na balada de ‘Intocável’. ‘The Simple Life’, reality show em que as socialites Paris Hilton e Nicole Richie saem de Los Angeles para viver na roça, foi a inspiração de ‘Diva do Interior’. Já o clipe de ‘Grande Bebê’ tem referências de ‘The Only Exception’, do Paramore, e ‘Too Little Too Late’, da JoJo.
A influenciadora sempre soube que tinha uma veia artística, sua casa é bastante musical e, quando criança, chegou a fazer aulas de balé e violão. As composições começaram cedo, aos oito anos, mas a primeira música que valeu a pena ser compartilhada foi ‘Intocável’.
“Eu entendi que a chave para escrever uma música é não se preocupar demais. É levar na brincadeira mesmo” afirma. “É como se você tivesse conversando com uma amiga. É sobre você ser informal, brincar. Quando eu entendi isso e coloquei mais leveza no meu processo criativo, comecei a compor muito bem”.
Além dos looks e da música, sua família é bem presente em suas redes sociais. A irmã, Duda, é a que participa com mais frequência dos vídeos, mas a mãe, Neusa, que também é sua sócia, aparece ocasionalmente. Segundo Monik, elas torcem pelo seu sucesso e todas as conquistas de sua carreira são comemoradas em conjunto.
Na verdade, Neusa é a primeira blogueira da família. Em 2014, quando ainda era adolescente, Monik ajudava a movimentar as redes sociais da loja da mãe e foi ali que aprendeu sobre estratégias e criação de conteúdo. “A minha trajetória começou por conta dela”.
“O hate na vida real é o que mais surpreende”
A maneira genuína como Monik se apresenta nas redes sociais — com um estilo pouco convencional, feminilidade e autoconfiança — também pode ser interpretada como um tipo de personagem, mas não ser levada a sério não está entre suas preocupações.
“Eu tenho meus bordões, minha identidade visual, mas eu não sou um personagem. Quem é meu fã e me segue, já entendeu que, às vezes, eu falo brincando e eles entendem a ironia do que eu falo. Então quando eu digo ‘Ah, eu sou muito famosa, eu sou uma celebridade’ é óbvio que é uma brincadeira”.
O hate inevitável, atrelado à exposição na internet, já era esperado por Monik, que não fica fissurada lendo os comentários das postagens e se blinda como pode.
No entanto, como ninguém é de ferro, às vezes, algumas críticas acabam a atingindo, especialmente de pessoas conhecidas ou admiradas.
“Não esperava o hate da vida real, as pessoas próximas que zombam do meu trabalho. Então eu descobri que na vida eu também tinha que não ler os comentários, digamos assim”, explica sobre quando amigos chegam para dizer o que outros conhecidos têm falado sobre ela. “Não quero saber, não me fala, não quero escutar. Deixa a pessoa com a opinião dela para lá”.
De qualquer maneira, Monik continua em busca de seu objetivo. Ela quer ser famosa, mas para quem tem ambições tão grandes, também é paciente e mantém o pé no chão.
“Eu ainda estou construindo minha identidade na música e, até por orientações de profissionais no ramo, eu decidi trabalhar somente com singles por enquanto. Mas saibam que eu sou uma mulher louca para trabalhar em um EP, então podem esperar isso da minha carreira”.