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Primavera será quente e com chuva abaixo da média no Paraná, informa previsão do Simepar

De acordo com dados históricos, maiores temperaturas são habitualmente registradas nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral.

Primavera será quente e com chuva abaixo da média no Paraná, informa previsão do Simepar
Neste ano, o fenômeno meteorológico La Niña se forma entre a primavera e o verão, com intensidade fraca, influenciando o clima paranaense até o primeiro trimestre de 2025. - Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

A primavera será quente e com chuva abaixo da média histórica em todo o Paraná. É o que aponta o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) para a estação que começou oficialmente às 9h44 deste domingo (22) e se estende até as 6h20 de 21 de dezembro.

A previsão indica que as temperaturas médias do ar ficarão acima da normalidade para o período no Estado. De acordo com os dados históricos, os maiores valores são habitualmente registrados nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral. Em outubro, a chuva deve seguir o padrão de normalidade. Já em novembro e dezembro fica mais próxima da média histórica em todo o Paraná.

“São esperadas ondas de calor e longos períodos sem chuvas”, afirma o meteorologista do instituto, Reinaldo Kneib. Por ser considerada uma estação de transição entre o inverno e o verão, a primavera favorece a ocorrência de eventos meteorológicos severos como rajadas de ventos fortes, granizo, alta incidência de raios e chuvas volumosas. Por esse motivo, o monitoramento sistemático das condições meteorológicas por parte do Simepar e a emissão de alertas de curto prazo da Defesa Civil são essenciais para prevenir e mitigar os efeitos do clima.

Outro ponto destacado pelo meteorologista é que à medida que o verão se aproxima, os dias se tornam progressivamente mais longos e quentes. Neste ano, explica ele, o fenômeno meteorológico La Niña se forma entre a primavera e o verão, com intensidade fraca, influenciando o clima paranaense até o primeiro trimestre de 2025. “Além disso, as águas do Oceano Atlântico Sul e a temperatura média do ar sobre a América do Sul continuarão mais quentes que o normal”, ressalta Kneib.

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Agrometeorologia

A agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Heverly Morais, orienta os produtores a adotarem cuidados com as plantações nesta primavera. “O cenário é preocupante por causa das temperaturas muito elevadas e chuvas abaixo da média climatológica, com distribuição irregular e períodos prolongados de estiagem”, afirma.

Culturas como soja, milho e feijão podem ser afetadas de diversas maneiras, incluindo atraso na semeadura, germinação desuniforme, crescimento inadequado das plantas e desenvolvimento deficiente dos grãos. Para mitigar os efeitos desses períodos secos e quentes, é recomendável escalonar a semeadura utilizando cultivares de ciclos diferentes. Deve ser evitado o uso de uma população de plantas superior à recomendada. É importante escolher sementes de boa qualidade e cultivares adaptadas à região, mantendo o equilíbrio nutricional.

As altas temperaturas e ondas de calor podem prejudicar também as hortaliças, especialmente as folhosas, que exigem muita água para irrigação. É alto o risco de danos a culturas como café, cana-de-açúcar, mandioca e frutíferas, bem como as pastagens. Comuns na primavera, eventos meteorológicos extremos, como vendavais e granizo, podem causar danos físicos nas plantas e prejuízos significativos. Chuvas intensas podem provocar erosão do solo e aumentar a incidência de pragas e doenças.

Os períodos de estiagem durante a safra das grandes culturas têm sido recorrentes no Paraná. Uma estratégia preventiva eficaz para melhorar a estrutura do solo e aumentar o armazenamento de água é o cultivo com a incorporação de plantas de cobertura em sistemas de plantio direto. Essa técnica aprimora os atributos físicos e químicos do solo, favorecendo a infiltração de água e aprofundando as raízes. Além disso, reduz a temperatura e a evaporação do solo, mantendo a água disponível para as plantas durante períodos de estiagem fraca e moderada.

Segundo Morais, “é fundamental que essa prática seja planejada e acompanhada por assistência técnica, já que os benefícios são obtidos em médio e longo prazos”.

Agência Estadual de Notícias