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Inverno marca florada dos ipês de Maringá

Especialista fala sobre importância das árvores que dão cor à paisagem maringaense.

Inverno marca florada dos ipês de Maringá
Florada dos ipês tem início pelas cores roxo e rosa, entre junho, julho e agosto, segue com o amarelo até setembro e encerra entre agosto e outubro com as flores brancas. - Foto: Divulgação/Embraed

Mais um inverno chega e, com a estação, a florada dos ipês que encantam as paisagens de Maringá. São mais de 10 mil unidades da espécie espalhadas por calçadas e canteiros centrais de ruas e avenidas da cidade nas cores roxo, rosa, amarelo e branco.

Em Maringá, durante o inverno, a florada dos ipês tem início pelas cores roxo e rosa, entre junho, julho e agosto, segue com o amarelo até setembro e encerra entre agosto e outubro com as flores brancas.

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De acordo com Mauricio Bonesso Sampaio, engenheiro florestal do Instituto Ambiental de Maringá (IAM), a intensidade da florada anual dos ipês é influenciada por três fatores: a disponibilidade de água no solo, a temperatura e o fotoperíodo.

Em 2022, por exemplo, a florada dos ipês em Maringá foi intensa e bem sincronizada com a estação devido ao grande volume de chuva durante o verão e as frentes frias registradas em maio.

“Em 2024, até o momento, choveu cerca de 500 mm a menos do que o que ocorre em um ano típico e tivemos as ondas de calor muito intensas entre abril e maio que atrasaram bastante a chegada das frentes frias, deixando a florada tardia e menos intensa. Ainda assim, temos a maioria dos ipês floridos e embelezando as paisagens por onde passamos”, explica Maurício.

O tipo de espécie apto a ser plantado em cada região da cidade é estabelecido pelo Plano de Gestão da Arborização Urbana de Maringá, que também apresenta recomendações para todas as ações de manejo, desde o plantio até a remoção e substituição de árvores condenadas.

O especialista, em entrevista concedida ao Maringa.Com, também esclareceu outras dúvidas sobre os ipês de Maringá. Confira:

Os ipês são considerados árvores apropriadas para centros urbanos?

Os ipês são árvores apropriadas para o plantio nas vias urbanas, tanto nas calçadas, quanto nos canteiros centrais de avenidas, desde que haja espaço suficiente. Calçadas com pelo menos 3m de largura e com área permeável de 1,20m por 2,40m no entorno das árvores, conforme exigido pela legislação de Maringá, são adequadas para que o sistema radicular não danifique a pavimentação. Com podas de galhos e manutenções adequadas, os ipês podem ser plantados mesmo onde há rede de transmissão de energia elétrica.

O plantio das mudas em calçadas e canteiros centrais é uma atividade técnica de grande responsabilidade e deve ser feita pelas equipes do Viveiro Municipal. A população deve solicitar o plantio de mudas através da Ouvidoria 156, por telefone, no site da prefeitura ou no aplicativo de celular.

Além de colorir a paisagem maringaense, os ipês causam algum benefício para o ecossistema de Maringá?

Sim, os ipês além de nos encantar com a bela floração, são fundamentais para a produção de serviços ecossistêmicos. São espécies nativas que fornecem alimento para a fauna urbana, como abelhas e aves, o que contribui para que possamos ter mais contato com a natureza e manter a biodiversidade.

Assim como as demais árvores, os ipês ajudam a purificar o ar que respiramos, pois as partículas de poeira em suspensão são filtradas pelas folhas e troncos. A copa das árvores intercepta a luz do sol, tornando o solo até 10°C mais fresco do que quando exposto diretamente à luz solar. Portanto, as árvores ajudam a diminuir as ilhas de calor que temos no centro da cidade e reduzem até o valor da conta de energia elétrica que seria gasto pelo ar condicionado.

Além dos benefícios térmicos, de biodiversidade e limpeza do ar, as árvores também contribuem para as interações sociais, práticas esportivas ao ar livre e, para termos acesso a todos esses benefícios que contribuem muito para a nossa qualidade de vida, só precisamos solicitar o plantio das mudas para a prefeitura e ajudar a manter e cuidar das árvores na frente das nossas casas e prédios.

Maringa.Com
Por Gabrielle Nascimento e Vanessa Santa Rosa