CORONAVÍRUS

Tecido capaz de eliminar Coronavírus é desenvolvido no Brasil

A Nanox desenvolveu, com a ajuda do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas, uma espécie de tecido que elimina o vírus

Tecido capaz de eliminar Coronavírus é desenvolvido no Brasil
Os tecidos foram mantidos em exposição ao vírus em duas medidas de tempo: 2 e 5 minutos. - Foto: Reprodução

A busca por soluções no combate ao novo coronavírus, causador da covid-19, é uma das principais ações na maioria dos centros de pesquisa. Universidades, cientistas e pesquisadores ao redor do mundo estão buscando formas de vencer o Sars-CoV-2 e proteger a população. Enquanto uma vacina ou um remédio ainda não foram confirmados pelas organizações, uma empresa paulista encontrou mais uma forma de combater a contaminação. 

A Nanox desenvolveu, com a ajuda do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas, uma espécie de tecido que elimina o novo vírus. A informação foi divulgada pela Agência FAPESP e é uma notícia extremamente positiva. 

A ideia da Nanox nasceu de trabalhos anteriores, já que a empresa desenvolveu um tipo de tecido com capacidades antibacterianas e fungicidas. No passado, esse material já havia apresentado efetividade contra alguns vírus e a possibilidade de funcionar contra o novo coronavírus motivou os pesquisadores.

O tecido é composto pela mistura de poliéster, algodão (polycotton) e uns componentes especiais, dois tipos de micropartículas de prata adiconadas por meio de pad-dry-cure. O material criado consegue, após 2 minutos, eliminar 99,9% da quantidade do vírus. 

Os testes para desenvolver e confiar no material foram feitos de formas isoladas, ou seja, o resultado de um teste não iria interferir o do outro. Assim, experimentos foram feitos duas vezes, em dias diferentes e com pesquisadores diferentes.

Os tecidos foram mantidos em exposição ao vírus em duas medidas de tempo: 2 e 5 minutos. Após os testes, ficou comprovada a eficácia do tecido a partir do segundo minuto de exposição, com uma eliminação de 99,9% da quantidade de Sars-CoV-2. O material também passou tranquilamente por testes de alergia, fotoirritabilidade e fotossensibilidade, que buscam previnir problemas dermatológicos. 

Em entrevista a Agência FAPESP, o pesquisador Lucio Freitas Junior afirmou que o resultado é muito positivo, já que os tecidos foram expostos a uma fração de vírus muito acima do normal. 

O trabalho que criou o tecido contou com pesquisadores de vários centros. Além da Nanox e o apoio da FAPESP, participaram pesquisadores brasileiros do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), que havia conseguido isolar e cultivar o Sars-CoV-2 já no início da pandemia, e do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF). Diretamente da Espanha, estudiosos da Universitat Jaume I também fizeram parte dos trabalhos. 

O intuito do trabalho é, inicialmente, produzir máscaras de proteção e roupas hospitalares para médicos, enfermeiros e pessoas em geral que estão na linha de frente contra a covid-19. 

Agência FAPESP