Estudo converte leite pasteurizado em pó, mantendo as mesmas propriedades, e permitirá ampliar a oferta do produto. O estudo feito pelos pesquisadores Vanessa Bueno Javera Castanheira Néia e Jesuí Vergílio Visentainer, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), relativo à produção de leite humano em pó, foi o vencedor da 19ª edição do Prêmio Péter Murányi, focada no tema Alimentação.A tecnologia aplicada para conservar o leite humano à temperatura ambiente deve manter suas propriedades nutricionais e biológicas. Na conversão em pó, foram aplicados dois processos que atenderam a esses critérios: liofilização; e secagem por spray drying ou atomização, método realizado a partir de um líquido ou suspensão por secagem rápida. Na comparação com o produto pasteurizado e congelado disponível nos bancos de leite materno, foram mantidas todas as propriedades nutricionais.Na visão dos pesquisadores, a produção do produto em pó tem plenas condições de atender à demanda reprimida, aumentando o número de bebês de até seis meses de idade alimentados com leite humano e não fórmulas infantis. Até agora, os bancos de leite materno trabalham com o produto pasteurizado e congelado, cujo tempo de validade é curto e que exige infraestrutura complexa para armazenagem. Com estrutura adequada para estocagem, o produto em pó ampliaria muito a oferta, com a mesma qualidade, sabor e propriedades nutricionais e maior tempo de validade.Fruto da pesquisa de Vanessa Néia para o Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos (PPC), o trabalho ganhador tem o título de "Leite humano em pó: avaliação de diferentes tecnologias de obtenção em relação aos componentes nutricionais e imunológicos como medida alternativa na rede de bancos de leite humano".Vanessa Néia é aluna do curso de doutorado e tem como orientador o professor Jesuí Visentainer. Além de dar aulas no PPC, ele é docente no Programa de Pós-Graduação em Química (PQU), ambos da UEM. Para Vera Murányi Kiss, presidente da Fundação Péter Murányi, promotora do prêmio, o leite humano em pó pode ser uma opção clínica e social na manutenção e ampliação do aleitamento materno, que é muito importante para a saúde das crianças.
Na avaliação dela, o grande significado do trabalho vencedor do prêmio é que nada substitui o leite materno, não apenas em termos nutricionais, como também para o desenvolvimento do sistema imunológico. Isso, segundo Vera, em que pese serem "numerosos os bebês não amamentados pelas mães, por distintas razões, aos quais tem de ser ofertadas fórmulas infantis". O prêmio aos dois pesquisadores da UEM será entregue no dia 28 de abril, em São Paulo. Outras informações podem ser obtidas no site www.fundacaopetermuranyi.org.br/main.asp?pag=premioatual.
FUNDAÇÃO PETER MUÀNYI – Criada em 1999, a Fundação Péter Murányi tem por objetivo reconhecer e premiar trabalhos que, de forma inovadora, melhorem a qualidade de vida das populações em desenvolvimento. A entidade pode ainda patrocinar outras atividades que contribuam para atingir a finalidade principal, bem como promover e patrocinar quaisquer outras atividades culturais e assistenciais.A Fundação premia pessoa física ou jurídica, entidade particular ou pública, de qualquer parte do mundo, que mais tenha se destacado na descoberta ou progresso científico, que beneficie o desenvolvimento e bem estar das populações situadas abaixo do paralelo 20 de latitude norte, especialmente o Brasil, seja no tocante à saúde, alimentação, educação ou desenvolvimento científico e tecnológico.Já foram entregues 19 prêmios anuais, alternados, nas áreas de Saúde, Ciência & Tecnologia, Alimentação e Educação. Outros detalhes sobre o trabalho da Fundação no site www.fundacaopetermuranyi.org.br.