Com a volta das aulas para o ano letivo de 2020 os jovens e crianças que frequentam a escola conhecem novas pessoas e constituem novas amizades, porém, para alguns o ambiente escolar pode ser muito mais hostil e solitário. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado em setembro de 2019, cerca de 72,9% dos diretores de escolas do Paraná entrevistados afirmam ter presenciado agressão verbal ou física entre alunos. Os índices do Paraná estão acima da média nacional, de 69,2%. A menor taxa é do Amazonas, com 52,1%. Os dados foram coletados através da Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, a Prova Brasil, de 2017 na qual profissionais de instituições particulares e estaduais responderam questões sobre situações observadas na escola. É importante destacar que o bullying pode ocorrer em diversos espaços e em diferentes intensidades, como em redes sociais, aplicativos de conversa e salas de bate-papo.“Quando eu estava no fundamental, o pessoal da turma fazia piadas rindo do meu cabelo, da minha aparência e sapatos. Foi muito difícil, eu me sentia menos que todos eles, mas passei por tudo isso buscando apoio na minha família, nunca desisti, não deixei que abalassem a minha autoestima de forma grave. Hoje em dia eu sei que o que fiz foi o melhor, porque não importa o que falam de você, estar rodeado de quem te ama é a melhor alternativa”, contou Juliana Mendes Silva, de 20 anos.
SOLUÇÕES POSSÍVEIS – É claro entre os pesquisadores da área que atos de bullying podem ter causas relacionadas a ambientes familiares agressivos. Justamente por isso, gestores e professores precisam construir na escola um ambiente sócio-moral baseado no respeito e em um relacionamento sadio. Para a pedagoga e doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Adriana Ramos, para o portal Nova Escola, punir não é o melhor caminho para resolver problemas de bullying entre alunos. "Um aluno que não tem uma família considerada estruturada ou pais ausentes é justamente aquele que mais precisa de uma escola justa e respeitosa para seu desenvolvimento", alerta a pedagoga. Ainda de acordo com o portal Nova Escola, a inclusão das famílias pode ser uma estratégia de combate ao bullying, mas não a única. Toda a escola - incluindo gestores, coordenadores, professores, funcionários, alunos e pais - precisa participar ativamente de processos de manutenção das relações interpessoais na escola. O Governo do Paraná estrutura a iniciativa ‘Escola Segura’, um programa levado a comunidades escolares que, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, são selecionadas a partir de critérios técnicos, para que esses ambientes tenham rotinas equilibradas, em respeito aos alunos, pais, professores, pedagogos e vizinhos. O trabalho do Escola Segura se soma às atividades preventivas já desempenhadas pelo Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), unidade responsável pelo treinamento dos policiais militares voluntários e que coordena o trabalho nos colégios estaduais. O projeto ainda não chegou a Maringá.