SAÚDE

Atividade física e alimentação saudável para alcançar o peso adequado

Atividade física e alimentação saudável para alcançar o peso adequado
- Foto: Karina Zambrana
Uma alimentação saudável e atividade física são fundamentais para conseguir perder e manter o peso. Mas para quem está com sobrepeso ou obeso, o que ajuda mais: dieta ou exercício? É possível falar de um percentual de combinação indicado para o emagrecimento, como 70% de dieta e 30% de atividade física?

Em entrevista ao Saúde Brasil, a endocrinologista e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), Maria Edna de Melo, esclarece que não existe composição mágica para indicar o balanço ideal entre exercício e alimentação.

“É preciso avaliar o paciente de uma forma muito individual, pois as pessoas respondem de forma diversa, tanto às restrições alimentares quanto à prática de atividade física”, explica Maria Edna. “Quem está com excesso de peso precisa entender que a perda de peso envolve gordura e massa muscular. Daí a importância da combinação de exercícios aeróbicos e resistidos, que é para manter a massa muscular o máximo possível e garantir um emagrecimento muito mais saudável”.

Caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, a obesidade é um dos maiores problemas de saúde atualmente e está cada vez mais presente na sociedade, já sendo considerada uma epidemia. No Brasil, uma em cada cinco pessoas são obesas e mais da metade da população das capitais brasileiras (54%) está com excesso de peso, informa a pesquisa Vigitel 2017.

A importância da alimentação

Alimentação saudável e atividade física compõem os dois pilares para o emagrecimento. De acordo com a endocrinologista Maria Edna, a alimentação é o principal pilar para promover o balanço energético e levar à perda de peso.

“A alimentação não é o ponto exclusivo do tratamento da obesidade, mas é o principal componente na mudança de estilo de vida. Já a atividade física é considerada o segundo pilar, porque é muito mais fácil gerar um déficit calórico por meio da alimentação do que através de exercícios”, observa.

A importância da atividade física

A importância da atividade física na perda de peso vai muito além da queima de calorias, pois repercute na saúde de forma global. Promove melhora na condição física e no funcionamento biológico, reduz o estresse, melhora o humor e diminui o risco de doenças cardiovasculares.

“Se existe uma pílula mágica para a saúde, ela se chama atividade física. Mas como ela não vem em pílula, deve ser buscada dia após dia, deve ser feita com regularidade”, destaca a endocrinologista.

Dessa forma, a atividade física deve ser sempre recomendada, especialmente para indivíduos obesos. “A recomendação geral é praticar atividade física aeróbica e resistida, ou seja, bicicleta, corrida ou natação, associada a algum exercício de musculação ou algum exercício funcional. Mas sempre com muito cuidado para que não ocorra nenhuma lesão, porque senão a pessoa vai ficar muito tempo parada”.

Mudança de estilo de vida

A professora Érwelley Andrade chegou aos 110 kg, aos 25 anos. Foi quando decidiu mudar definitivamente seu estilo de vida. Hoje, aos 36 anos, depois de perder quase 50 kg e escrever o livro “Vencendo a obesidade”, conta como a alimentação e a atividade física a ajudaram a perder peso de forma consciente e duradoura.

“Na minha reeducação alimentar, eu não tirei comida de verdade. Foram muitas trocas de grãos brancos refinados por integrais, que me trouxe mais satisfação e uma saúde melhor. Como eu não estava passando fome, percebi que conseguia levar isso adiante. No início, como não conseguia andar muito, comecei com 20 ou 30 minutos vagarosamente, no calçadão mesmo. Com três meses de boa alimentação e exercícios já tinha eliminado 20 kg”, conta.

Ao perceber que o corpo estava ficando flácido, Érwerlley decidiu entrar na musculação e se apaixonou pela atividade física. “Na academia, comecei devagar, com 20 minutos na esteira. Tentava bicicleta, mas sentia dores no joelho e nas pernas por conta do excesso de peso. Mas eu insisti. Em um ano, já tinha eliminado quase 50 kg. Já conseguindo fazer mais exercícios, com a elasticidade da pele voltando para o lugar, veio o aumento da autoestima. Acho que levei um ano e meio para me adaptar de verdade. Hoje eu tenho a necessidade de me exercitar”.
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