O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).O tratamento mais invasivo, que envolve cirurgia e radioterapia, pode não ser a única opção para os homens que são diagnosticados com câncer de próstata. Casos de tumores menos graves ganham a possibilidade da vigilância ativa que, segundo o urologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Fernando Almeida, evita as sequelas comuns do método convencional de tratamento.Como o próprio nome sugere, o método consiste na vigilância constante do tumor - isso envolve a realização de exames rotineiros de sangue, denominado Antígeno Prostáticos Específico (PSA), e biópsias anuais. Conforme o especialista, não há idade indicada para seguir com esse tratamento, porém, o paciente deve preencher requisitos, a fim de tornar a opção segura."A vigilância ativa pode ser feita em qualquer idade, desde que o tumor seja pequeno e pouco agressivo. Nestas condições, o tratamento torna-se viável e seguro, e evita as consequências mais comuns do tratamento invasivo, que são o surgimento de problemas urinários, como a incontinência urinária, o esvaziamento da bexiga e também a disfunção erétil", explica.
Essa opção só é possível pelo fato de o câncer de próstata ter, em muitos casos, evolução lenta. Almeida ressalta que a vigilância ativa permite acompanhar a progressão do tumor, e somente indicar tratamento invasivo ao paciente quando necessário."O acompanhamento da doença faz com que o médico analise se o tumor está estabilizado ou progredindo. Quando está estabilizado, a vigilância é continuada, e assim evitando as sequelas de forma desnecessária. Caso progrida, entramos com a cirurgia ou radioterapia, de acordo com a necessidade".O urologista alerta para o diagnóstico precoce da doença, que aumenta as chances de cura. "Para conseguir detectar esse problema ainda em sua fase inicial, é indicado que homens com histórico familiar procurem um médico após 45 anos e, aos 50 anos, para quem não tem casos na família", adverte o especialista.