CIDADE

Agência intermunicipal vai elaborar projeto final para a volta do trem de passageiros

A agência Terra Roxa, com sede em Rolândia e que envolve entidades representativas das 13 cidades envolvidas, será responsável pela elaboração do projeto final para a reativação do trem de passageiros no eixo Maringá-Londrina.

Ao assumir a coordenação, a agência também fará os contatos necessários com ministérios, prefeituras e governos estadual e federal para a realização de um reestudo da proposta de retorno de utilização da ferrovia como meio de transporte de passageiros.

O projeto executivo será apresentado ao BNDES e Ministério dos Transportes para análise e inclusão na retomada do convênio que, até o final deste ano, prevê a reativação de trechos ferroviários viáveis no país.

Posteriormente, o projeto de médio prazo, será debatido em audiência pública em data a ser marcada para obter respaldo da sociedade e das empresas e entidades envolvidas no processo.

Esta foi uma das principais conclusões apontadas no Seminário Ferrovias Metropolitanas Eixo Maringá-Londrina, realizado sexta-feira (5), no Centro de Convenções Araucária em Maringá.

O encontro reuniu prefeitos, presidentes de câmaras municipais, de associações de municípios e associações comerciais, além de deputados, diretores de concessionárias de transporte coletivo e fabricantes de equipamentos ferroviários.

Durante o seminário o prefeito de Maringá, Silvio Barros, lembrou que o trajeto de 140 quilômetros entre Paiçandu e Ibiporã está entre os 10 melhores eixos de desenvolvimeneto econômico do país e, por isso, é um diferencial para atrair investimentos internacionais para um novo conceito de ferrovia.

“Temos de conciliar e avaliar essas decisões para consolidar um projeto que surgiu ainda nos anos 90 com a proposta do Metronor e a luta para a construção de um novo aeroporto regional”, afirmou.

Para o deputado federal Ricardo Barros (PP/Pr), além do valor social, a volta do trem de passageiros ligando cidades do noroeste e norte do Paraná pode ser financeiramente viável, mas terá de ser subsidiada pelo governo federal.

“No Brasil nenhum trecho de ferrovia é auto-suficiente e até mesmo alguns metrôs são deficitários”, alertou.

Quando era diretor da Urbamar – a empresa de urbanização de Maringá – e depois como prefeito da cidade, o deputado Ricardo Barros foi um dos maiores defensores da retirada e implantação em outro local do pátio de manobras ferroviárias e rebaixamento da linha férrea, sem desvio do centro, em Maringá.

“Para ser auto-suficiente, a proposta é para que a reativação do trem entre Maringá e Londrina promova novos negócios e investimentos entre as cidades desse trajeto”, observou.

De acordo com a gerente de desenvolvimento urbano do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Ana Christina Maia, o projeto norte-paranaense tem capacidade para otimizar investimentos.

Entre os motivos para sua viabilização ela detalhou a distância mínima requerida de 200 quilômetros entre as duas pontas do trajeto, várias cidades com mais de 100 mil habitantes no trecho e a chamada “linha singela”, compartilhada por trens de carga e de passageiros.

A gerente destacou também que o debate sobre a volta do trem no eixo Maringá-Londrina tem como base um estudo realizado pelo BNDES que o apontou como o segundo financeiramente viável entre 64 trajetos pesquisados.

O trecho ferroviário entre Paiçandu e Ibiporã tem potencial para transportar 7,4 milhões de passageiros por ano e sua colocação em prática envolve a administração de 13 cidades localizadas no trajeto.

Desativado no final dos anos 70, o trem de passageiros percorria a linha férrea de 140 quilômetros que até hoje interliga os municípios de Paiçandu, Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã.

De acordo com o diretor-presidente da Urbamar, Fernando Camargo, o seminário em Maringá aconteceu na hora e momento certos.

“O que fizemos hoje foi um exercício de estratégia, discutindo questões realistas e analisando as alternativas viáveis para o retorno do rem”, avaliou o prefeito de Maringá, Silvio Barros, no final do encontro.

Informações: 3221-1503 (Urbamar)

Pmm