A hipertensão atinge, no Brasil, cerca de 30 milhões de brasileiros, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Um dos principais problemas da doença é a ausência de sintomas. Por isso, exames preventivos, de rotina e cuidados com a alimentação são necessários para diagnosticar precocemente novos casos. Entretanto, o Ministério da Saúde estima que apenas 10% dos hipertensos façam o controle adequado da doença. A hipertensão é caracterizada por níveis de pressão maiores ou iguais a 140/90 mmHg (14 por 9), sendo frequentemente agravada por condições como idade, sexo, histórico familiar, aumento do colesterol, obesidade, sedentarismo e diabetes mellitus.De acordo com o médico, Marcus Brodbeck, da Clínica Dr. Pop, de Curitiba, descobrir qualquer condição ou situação precocemente é sempre a melhor opção. "Isso nos dá uma margem muito maior de sucesso em qualquer tratamento. Devemos realizar avaliação preventiva anualmente, com o intuito de identificar situações de risco e corrigi-las antes que se agravem", afirma, ressaltando que os exames de check-up podem ser feitos em qualquer idade. "Anualmente, é importante ao menos uma verificação nos níveis de glicemia e colesterol, além do eletrocardiograma, que ajuda a identificar possíveis situações de risco, como a dislipidemia, diabetes, arritmias e outras alterações cardiovasculares", diz.Uma rotina preventiva inclui, além dos exames laboratoriais, o eletrocardiograma, teste ergométrico, ecocardiograma e uma alimentação saudável, evitando excesso de consumo de sódio, assim como gordura, e álcool. Entretanto, muitos brasileiros abusam do sódio, nutriente responsável pela manutenção do equilíbrio hídrico do corpo e da pressão arterial.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um adulto deveria consumir menos de 2g de sódio, ou seja, menos de 5g de sal por dia, o equivalente a uma colher de chá ou 5 pacotinhos de 1g, normalmente disponíveis em restaurantes. "A média brasileira está estimada em 13g de sal ao dia, ou seja, corresponde a mais do que o dobro recomendado", afirma a nutricionista Claudia Bastos de Oliveira, da Clínica Dr. Pop.A nutricionista explica que, depois do sal de cozinha, os alimentos que apresentam uma grande quantidade de sódio são os produtos industrializados, como o macarrão instantâneo, com cerca de 1.600mg, correspondendo a 67% do valor diário recomendado. "Uma dieta rica neste mineral pode provocar alguns sintomas como sede e vontade de urinar mais vezes para eliminar o excesso. Porém, algumas vezes o rim não consegue eliminar todo o sódio, o que leva ao aumento no volume sanguíneo, já que o sódio retém água, fazendo com que o coração bata mais forte", explica Claudia.No intuito de reduzir o consumo de sódio, a nutricionista sugere substituir o sal comum pelo sal de ervas, que pode ser preparado com uma mistura de sal grosso e temperos frescos como orégano, alecrim e sálvia, tomilho ou estragão, que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias no organismo.