Deflagrada há três semanas, a Operação Impacto, envolvendo todos os órgãos da segurança pública do Paraná, é parte de uma robusta estratégia de combate à criminalidade no estado, especialmente contra os crimes patrimoniais como roubo e furto. O aumento destas atividades criminosas é uma realidade em praticamente todos os estados do Brasil ao longo deste ano.A Impacto é uma resposta da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) aos crimes patrimoniais (furto e roubo) registrados no primeiro semestre de 2016. Os dados foram computados pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape).De acordo com o levantamento, os crimes contra o patrimônio cresceram 10,54% no Paraná em comparação com janeiro a junho de 2015. Em Curitiba, os crimes contra pessoa caíram 1,30% e os delitos patrimoniais aumentaram 4,91% em relação ao mesmo período do ano passado.“Os crimes contra o patrimônio têm uma relação de causa e efeito com a crise econômica e a situação de impunidade pela qual nosso País passa. Estamos vendo o aumento do número de desempregados, que já supera 12 milhões de brasileiros. A consequência deste cenário, no Brasil todo, é o crescimento de crimes patrimoniais. Aqui no Paraná, não foi diferente. Registramos aumento nos furtos e roubos o que exigiu medidas emergenciais e a resposta é esta grande operação com reforço de equipamentos e de pessoal”, explica o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.Dentre estes reforços, que culminaram na Operação Impacto, estão a locação de 200 novas viaturas para a Polícia Militar e a contratação de 2.200 policiais. “O governador Beto Richa autorizou a locação destas viaturas, sendo que 80 delas já foram entregues e estão rodando em Curitiba e região metropolitana reforçando o patrulhamento ostensivo. Até novembro serão 200, além do reforço de 2.200 policiais militares em todo o Estado, sendo cerca de 700 só na capital e região”, completou. Além disso, tramita internamente na Sesp um processo de licitação para a compra de 1,2 mil novas viaturas – que atenderão todo o Paraná.
HOMICÍDIOS – Já o acumulado de homicídios dolosos, no Paraná, demonstra uma estabilidade no registro dessa modalidade criminosa. De janeiro a junho foram 1.236 ocorrências do crime em todo o Estado, variação de 1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Curitiba teve 14 assassinatos a mais, uma oscilação de 6,42%, enquanto que na Região Metropolitana houve redução de 3%, com 340 homicídios dolosos no período. Tendência de queda também foi registrada nas regiões de Maringá (-23%), Ponta Grossa (-9,3%), Guarapuava (-20%) e Cascavel (-37%), por exemplo.Na 20ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), cuja sede é Londrina, houve sete crimes a mais na comparação entre os primeiros semestres dos dois anos, passando de 41 homicídios em 2015 para 48 neste ano.No mês de janeiro, a cidade de Londrina enfrentou uma onda de mortes violentas, período após o qual a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária estruturou uma força-tarefa, com atuação das polícias Militar e Civil intensificada, que resultou na redução dos índices criminais. O litoral do Estado também sofreu acréscimo nos homicídios dolosos, com oito crimes a mais que nos primeiros seis meses de 2015.O secretário da Segurança Pública destaca que o Estado do Paraná tem passado por um processo, nos últimos sete anos, de diminuição nos índices de homicídio, resultado de um trabalho focado por parte tanto da Polícia Judiciária, com especialização de equipes, criação de novas delegacias de homicídio, como de um policiamento preventivo e ostensivo, focado em áreas de maior incidência dessa modalidade criminosa.“Esse ano de 2016 também tem sido da mesma forma. No trimestre passado tivemos um leve aumento nesses índices, seguido de um trabalho focado na Região Metropolitana de Curitiba, principalmente, e na Capital. Temos a perspectiva do retorno da tendência de quedas e devemos fechar o ano dentro dos parâmetros estabelecidos, também menores do que o ano anterior”, diz ele.Os dados também constam em relatório estatístico elaborado pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária.