SEGURANÇA

Polícia Civil do Paraná dá dicas para evitar ação de golpistas

Manter a calma é a principal orientação da Polícia Civil do Paraná na tentativa de escapar de determinadas modalidades de golpes. Persuadidas pela emoção, as vítimas se tornam vulneráveis aos criminosos, cujas ações são constantes, diversas e cresceram com a crise financeira no País.

Há o clássico golpe do bilhete premiado e outras versões, como o golpe do sobrinho, quando alguém, por telefone, se passa por um parente e pede ajuda para pagar o concerto de um carro. E a ação dos bandidos não para. Outros já conhecidos são os golpes do hospital, em que criminosos telefonam para familiares de pacientes internados e oferecem atendimento médico mais rápido, como a realização de exame, e do falso sequestro.

A avaliação é do delegado responsável pela Delegacia de Estelionato, Wallace de Oliveira Brito. Ele explica que não há estatísticas sobre esse tipo de crime porque é baixo o percentual de pessoas que registram ocorrências, em alguns casos, por vergonha.

“Entretanto, a crise refletiu no aumento da ação dos golpistas. Eles também precisam ‘faturar’ e ressuscitam ações como a do falso sequestro, muito antiga, e que estava quase em desuso’”, comentou o delegado.

Essa foi a artimanha usada na semana passada por uma quadrilha para extorquir cerca de R$ 5 mil de um casal de professores universitários em Curitiba. Por telefone, os criminosos anunciaram o “sequestro” do filho deles. Enquanto o pai foi fazer a transferência de dinheiro exigida, os bandidos entraram em contato com a mãe e a fizeram sair de casa, deixando o celular, para comprar um novo aparelho e permanecer todo o tempo em contato com os golpistas.

Ela foi induzida a ir para um hotel onde aguardaria o que seriam as novas coordenadas para supostamente libertarem o filho. Com a mulher incomunicável, os criminosos anunciaram à família que ela também havia sido sequestrada para, assim, tentar obter mais dinheiro.

A ação durou cerca de cinco horas e foi solucionada com a participação de agentes do grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), unidade especial da Polícia Civil especializada na solução de sequestros.

Todo o golpe aconteceu por telefone e os criminosos chegaram até este casal de professores de forma aleatória. A polícia explica que geralmente os golpistas ligam para um número qualquer, anunciam que estão com algum familiar e se aproveitam do nervosismo da vítima. Nesse momento, sem saber, muitas vezes as vítimas fornecem informações estratégicas para os criminosos, como nome, características físicas e até psicológicas. Com esses dados, eles envolvem cada vez mais os seus alvos. O delegado da Estelionato alerta que idosos são ainda mais sujeitos a cair nas armações dos falsários.

“O mais importante é manter a calma e agir com a razão. Não fornecer informações e, se possível, pedir para alguém tentar contato com a pessoa que teria sido sequestrada”, orienta Brito.

OUTROS GOLPES – A Polícia Civil alerta ainda para situações que exigem cuidados redobrados da população. “Esse cenário econômico se torna oportuno para ações dos golpistas. As pessoas estão em situações mais difíceis e, suscetíveis, buscam melhores ofertas e negócios por causa da crise, o que é um prato cheio para os estelionatários, que lidam com o sonho das pessoas. Portanto, é preciso sempre desconfiar de uma proposta muito sedutora, vantajosa. Pode ser oferta de emprego, cursos, imóvel ou produto, e jamais fazer depósito antecipado. Sempre desconfie”, acrescentou.