AÇÃO SOCIAL

Infestação do mosquito cresce e preocupa mesmo no inverno

O secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, apresentou nesta quarta-feira (16), Levantamento de Índice para Aedes aegypti (Lira) que alcançou média de 1,9%; alertando para a necessidade de combate ao mosquito da dengue mesmo no período de temperaturas baixas. Nardi chamou a atenção para dois fatores preocupantes, o crescimento do índice de 0,6% em fevereiro passado para os atuais 1,9%, e o registo de casos confirmados de dengue no auge do inverno de 2011.

Segundo o secretário, é preciso atenção às mudanças de comportamento do mosquito. “Antes a proliferação se dava em água limpa, hoje basta água parada mesmo suja para o mosquito colocar seus ovos; e também registramos nos últimos anos casos confirmados no inverno, ao contrário do que ocorria anteriormente quando o mosquito praticamente desaparecia nas temperaturas mais baixas”, explicou.

O mais preocupante do levantamento, apontou o secretário, é para o crescimento do índice de focos e onde estão esses focos. Na quase totalidade dos casos os focos estão em resíduos sólidos em quintais e residências, ou seja, no lixo jogado pelos moradores a céu aberto. “São todos casos possíveis de serem eliminados, basta o envolvimento e o comprometimento das pessoas”, afirma Nardi.

Alto risco

O levantamento de índice, realizado entre os dias 7 e 11 de maio, apontou para duas áreas de alto risco, a primeira a região do Jardim Ebenezer, Alvorada e Alvorada I e II, com média de 4,5% com 60% dos focos localizados em resíduos, seguido de pratos de vasos com 25%. A segunda de alto risco é a região do Alvorada III, Lea Leal, Patrícia, Morangueira e Morangueira I, com 4,3% e também quase 60% dos focos no lixo.

A região do Hortência, Coca Cola, Montreal e Ney Braga aparecem com médio risco e índice elevado de 3,9%, e alarmantes 96% dos focos nos resíduos. Também com médio risco e média de 2,9% está a região do Champagnat, Paulino Carlos, Branca Vieira, Pinheiros e Oásis, também com elevado número de focos no lixo com 81%.

A região dos conjuntos Paulista, Requião, Karina, Parigot de Souza e Jardim América apresentou índice de 2,8% e médio risco, e 73% dos focos também no lixo. Na Vila Nova, Aeroporto, Porto Seguro, Cidade Alta e Tarumã, o índice é de 2,2%, de médio risco e 50% dos focos estão em resíduos seguido de pratos e vasos e caixas d’água, com 17% cada.

Na Vila Operária e Zona 8, o índice é de 2,1% com 89% dos focos no lixo. Também com médio risco, a região central apresentou índice de 1,3%, com mais de metade dos focos nos resíduos sólidos. “No levantamento de fevereiro passado o centro estava com média de 0,6%, e agora aparece com um crescimento acentuado, apontando para o descuido e a falta de atenção permanente dos moradores no combate à dengue”, alertou Nardi.

Na região do Herman Moraes, Parque Bandeirantes, Quebec, Parque Eldorado, Duzentão e Grevíleas, o índice está em 1,2%, com 50% dos casos no lixo encontrado em quintais e pátios. Mesmo índice de 1,2% aparece a região do Cidade Monções e Recando dos Magnatas, onde 50% dos focos foram localizados no lixo e os outros 50% em pratos e vasos de plantas.

Outra região que repetiu o índice de 1,2% com médio risco foi as zonas 4 e 7, com 40% dos focos no lixo e outros 40% nos pratos e vasos. Com 1% de índice e médio risco aparece ainda o Jardim Monte Rei, Laranjeiras, Mandacaru, Jardim Real e Cidade Jardim, e 60% dos focos nos resíduos e 40% nos pratos e vasos.

A primeira região com baixo risco e índice de 0,9% é da Conti Óleos, Posto Matsuda, Cocamar, Copasa, Subestação da Copel, Parque Itaipu, Borba Gato e distrito de Floriano, e com 50% dos focos nos resíduos. Na região do Cemitério e Parque da Gávea o índice é de 0,7% e 60% dos focos estão nos resíduos. Com 0,4% aparece o distrito de Iguatemi e São Domingos, com 100% dos focos nos resíduos. A única área com índice zero no levantamento é da UEM, Jardim Universitário e Vila Esperança.

Agentes de endemia

O secretário Antônio Carlos Nardi reforça que as regiões com baixo índice no levantamento anterior, realizado em fevereiro, agora aparecem com risco alto. “O Comitê Municipal de Combate à Dengue, os agentes de endemias e as secretaria municipais realizam um trabalho incansável no enfrentamento ao mosquito e na conscientização das pessoas, falta o envolvimento efetivo de cada um, mesmo no inverno”.

Pelos dados da Secretaria de Saúde, até a última sexta-feira foram 266 casos notificados para 43 confirmados, contra 648 notificações e 154 casos confirmados no mesmo período do ano passado. “Não podemos considerar controle porque a dengue pode mudar a situação em uma semana, e como alertei o mosquito pode surpreender como tem ocorrido em região tradicionalmente sem elevado número de casos que atualmente enfrentam epidemia”, alertou o secretário citando a região Sudoeste do estado.

Nardi convoca as pessoas a adotarem o hábito de verificar e se necessário eliminar as condições de água parada em todos os ambientes, especialmente em quintais e pátios onde os agentes identificaram os focos. “Realizamos todas as campanhas possíveis, estamos há mais de 10 anos mostrando à população como combater a dengue, e esperamos que no próximo levantamento dentro de 90 dias a situação seja mais positiva”, disse o secretário.