O governador Beto Richa fez nesta terça-feira (30), em Paris, uma apresentação das potencialidades do Paraná para um grupo de empresários franceses. A palestra aconteceu na Embaixada do Brasil e foi organizada pelo embaixador José Maurício Bustani. O encontrou reuniu 32 empresários de diferentes segmentos.“O nosso Estado anseia por um novo ciclo de industrialização, em bases socialmente justas e ambientalmente sustentáveis”, afirmou Richa. Segundo ele, o Paraná tem espaço para abrir novas fronteiras de desenvolvimento em setores como biotecnologia, nanotecologia, veículos e autopeças, máquinas e equipamentos, tecnologia da informação, energia, equipamentos médicos, indústria agroalimentar, metalmecânica, reflorestamento e turismo.Para Richa, o Paraná apresenta múltiplas oportunidades de cooperação com a França e está preparado para receber novos investimentos. “A qualidade de vida, o clima, a mão de obra qualificada e a localização geográfica estratégica são fatores que contribuem para a atração de investimentos”, ressaltou o governador.Durante o encontro, o governador Beto Richa destacou a criação do programa Paraná Competitivo, elaborado para ajustar o Estado ao bom momento econômico que vive o País e criar um ambiente favorável aos negócios. Ele explicou que governo considera a concessão de incentivos fiscais para criação de empregos qualificados, geração de impostos em escala e transferência de tecnologia, além de estudos prévios de impacto ambiental.Nos últimos seis meses, afirmou o governador, grupos empresariais europeus, norte-americanos, chineses e japoneses escolheram o Paraná como sede de suas novas plantas industriais. “São R$ 2 bilhões em novos negócios já garantidos neste ano e 70 grupos negociando com o governo estadual benefícios do Paraná Competitivo”, disse.Richa enfatizou que o Estado transformou-se no segundo maior pólo automotivo do Brasil e o governo quer fortalecer as atividades deste setor industrial. “A chegada das montadoras vitalizou o setor metalmecânico, pois várias indústrias de autopeças também fizeram sua opção pelo Paraná. Temos boas condições para crescer nesta área”, disseINFRAESTRUTURA - O governador disse também que uma das prioridades do Estado é retomar investimentos em transporte e logística. “Em cooperação com o governo do Brasil, o Paraná toma as medidas necessárias para ampliar e modernizar sua infraestrutura”, afirmou, lembrando que vários projetos ganham sentido de urgência por conta da realização da Copa de 2014.“O objetivo é melhorar as estradas, diversificar a rede de ferrovias, ampliar os aeroportos internacionais de Curitiba e Foz do Iguaçu, assim como os aeroportos regionais, e modernizar o porto de Paranaguá, pulmão da nossa economia”, explicou o governador. Segundo ele, até 2013 o porto de Paranaguá deverá movimentar 1,5 milhão de contêineres por ano.
Outra área destacada por Richa foi a de energia. “Nós temos energia de sobra para alavancar a implantação de novos distritos industriais”, afirmou. Ele relatou que a Companhia Paranaense de Energia está concluindo a construção da hidrelétrica de Mauá e o governo estadual está simplificando a instalação de pequenas centrais hidrelétricas, que causam menor impacto ambiental.Richa ressaltou também a preocupação do governo com a capacitação profissional dos trabalhadores, com foco no ensino técnico e na inovação tecnológica. “Trata-se de um processo que envolve nossas universidades e instituições privadas ligadas ao setor produtivo paranaense”, disse.AGRONEGÓCIO – O governador afirmou que o Paraná é uma região vocacionada para a produção rural, mas disse que é possível conciliar a posição de grande exportador de alimentos com o fortalecimento industrial. “O Paraná quer ampliar a agroindústria, diversificar seu parque industrial e sofisticar a área de prestação de serviços, sem prejuízo do seu extraordinário setor de agronegócio”, disse. “Mas para isso precisa de capital produtivo”.Richa finalizou sua apresentação mostrando que o Brasil tem fundamentos econômicos mais sólidos e, por isso, está muito menos vulnerável às crises.Segundo ele, as reservas monetárias nacionais de mais de US$ 350 bilhões dão segurança contra as instabilidades do mercado financeiro.Ele afirmou ainda que o País vive um movimento vertical de inclusão social, iniciado com os programas de transferência de renda criados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e aprofundados nas gestões de Lula e Dilma Rousseff. “Isso tonificou a economia doméstica. Milhões de famílias passaram a ter acesso ao mercado de consumo”.Richa também defendeu a aprovação de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Européia. “Temos consciência de que, sem presença consistente no mercado internacional e sem indústrias de alta tecnologia, nosso fôlego será curto”.Além do governador Beto Richa, participaram do encontro realizado em Paris o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Valdir Rossoni, o líder do governo no legislativo, deputado estadual Ademar Traiano, o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, e representantes da Associação Comercial do Paraná (ACP) e da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) que integram a missão paranaense na Europa.