Campeã paralímpica fala das conquistas e projetos futuros
Depois de recebida pela presidente Dilma Roussef, Terezinha Guilhermina recebeu imprensa maringaense para falar das conquistas na Nova Zelândia
O Cesumar realizou na manhã desta sexta–feira (4), uma coletiva de imprensa com a campeã paralímpica Terezinha Guilhermina (32), que conquistou quatro ouros no Mundial Paraolímpico de Atletismo na categoria T11, na Nova Zelândia - 100m, 200m, 400 metros rasos e revezamento 4 x 100. A atleta é estudante da instituição com bolsa integral e está no 4º ano de psicologia. Em entrevista
ela garante que se esforça para desempenhar o seu melhor em ambas as situações.
Terezinha vem de família humilde, da cidade de Betim no interior de Minas Gerais. Com 12 irmãos e cinco deles tendo deficiência visual ela só percebeu que era diferente quando começou a freqüentar a escola. Filha de faxineiro e
lavadeira, perdeu sua mãe aos nove anos. Nunca teve nenhum tipo de conforto, enfrentou as mais diversas dificuldades para alcançar seus objetivos.
Concluiu o 2º grau em 2000 e fez técnico em administração. Entrou na equipe de atletismo e natação em Betim- MG, iniciando como nadadora. Em seguida, ingressou no atletismo. Começou a correr circuito de rua, mantendo – se como velocista até 2002. Em 2003, começou a migrar para provas de meio fundo e em 2004 foi para as olimpíadas de Atenas, onde disputou 400m, 800m e 1500m e ganhou medalha de bronze nos 400m.
É velocista desde 2005, quando voltou a treinar especificamente para prova de velocidade e começou a ser patrocinada para correr em pista. Em 2007, conquistou recorde mundial dos 100m e dos 400m em competições dentro do país, no Pan Americano e no Mundial que aconteceu em São Paulo. Em 2008, foi medalha de prata nos 100m, ouro nos 200m e bronze em Pequim. Em 2009 participou de
algumas competições fora do pais, onde conquistou algumas medalhas de ouro.
Após as olimpíadas de Pequim, começou a treinar em Curitiba. Em 2008, num evento organizado pela Unimed, Terezinha conheceu Maringá e decidiu morar na cidade. Segundo a velocista, a Cidade Canção facilitaria seu trabalho pois permitiria morar perto de uma pista de atletismo.
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A atleta treina no Willie Davids e foi ali que ela conheceu seu atual guia, Guilherme Soares Santana. Ele
é formado em educação física pelo Cesumar e ganhador de várias medalhas competindo pela instituição.
Na coletiva, Terezinha não mediu palavras para elogiar o seu guia “Com ele eu sinto que estou correndo sozinha. Ele é invisível e eu estou no piloto automático” afirma a atleta. Quem também estava presente foi o seu auxiliar
técnico Marcelo Ribeiro, que falou da preparação de um atleta com deficiência. Segundo ele, as limitações fazem com que o trabalho seja mais difícil. “Um atleta com deficiência visual é mais complicado, pois você precisa passar o exercício e ter certeza que ele entendeu, fazer repetir até conseguir acertar”,afirmou.
Em suas palavras, Ribeiro comenta que ”mesmo com toda a diferença que existe entre um atleta comum e um com deficiência, depois que conheci a Guilhermina essa diferença, esse espaço diminui muito”. E completa que se ela não fosse deficiente visual, também poderia competir como velocista.
Sobre seu auxiliar técnico, Terezinha diz que mesmo sem conhecê-la bem, no começo, não teve preconceito nenhum quanto a sua deficiência, “e isso despertou em mim uma confiança que até então não existia”.
Terezinha comentou também sobre seu projeto de vida. Ao ser questionada sobre como consegue conciliar o atletismo com os estudos, ela se posicionou com firmeza dizendo “faço o que gosto, eu adoro o curso de psicologia”. Em um outro momento, comentou sobre as dificuldades do inicio da carreira e também sobre o
que pensa em fazer depois que parar de correr. “Atleta eu deixarei de ser um dia, deficiente não”, afirmou Guilhermina. Nesse momento ela manifestou sua vontade de fazer mestrado e doutorado na área de sua formação.
Um momento importante foi quando Terezinha comentou da vontade de criar um projeto, que seria a realização de um sonho. Correndo para o futuro é o nome do projeto que Terezinha tem o sonho de tornar realidade, com a intenção de atender atletas em individual. A velocista faz parte da Comissão de Atletas do Brasil e quer participar também da Comissão Internacional.
Terezinha enfatizou várias vezes durante a coletiva: “eu sou uma equipe, não subo no pódio sozinha”.
ASSESSORIA DE IMPRENSA CESUMAR