PLANEJAMENTO

Urbanismo: Maringá retoma tendência à horizontalização

Aos poucos, a preferência do maringaense pela moradia em apartamentos de grandes edifícios – na maioria surgidos na década de 80 – vai cedendo espaço para os condomínios horizontais e à construção de casas ou sobrados.

Essa é uma das tendências verificadas nos últimos anos pelo setor de aprovação de alvará de construção e expedição da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) de Maringá.

Estatísticas elaboradas pelo órgão desde 1960 – quando a prefeitura recebeu 463 projetos para aprovação – apontam que atualmente é enviada uma média anual de 3.500 projetos para a análise de técnicos e engenheiros. A aprovação dos projetos depende do cumprimento de uma série de normas e critérios exigidos por lei no que se refere ao zoneamento urbano, uso racional de ocupação do solo, preservação do meio ambiente, recursos hídricos e outros fatores.

De acordo com a estatística da Seduh, a média de área total aprovada a cada ano atinge 600 mil metros quadrados de novas construções. O número se mantém estável desde o início dos anos 90, é visivelmente mais elevado que a média registrada até o final da década de 70, mas se mostra bem mais baixo que o índice médio verificado durante os anos 80.

Especificamente, em 1986, a prefeitura de Maringá registrou a marca recorde de quase um milhão de metros quadrados de construção na cidade.

“Foi a época do boom no mercado imobiliário da cidade”, explica o diretor técnico da Urbamar e presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da região noroeste (Sinduscon-Nor), Fernando Maia Camargo. Segundo Camargo, a justificativa para o aumento significativo de área construída naquele ano foi a preferência da população pela moradia em apartamentos e o alto investimento feito pelas construtoras em grandes edifícios, especialmente na região central da cidade. “Além de inovar com a promoção de relativo status, naquela época os condomínios verticais ofereciam maior segurança, garantia de valorização e, conseqüentemente, retorno financeiro certo para os investidores”, acrescenta Camargo.

Outro aspecto observado pelo diretor é que, durante os anos 80, a área média dos projetos apresentados se situava na faixa de 300 a 350 metros quadrados por imóvel individual – o dobro das dimensões registradas nos anos 60 e 70.

As estatísticas da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação indicam também que a partir de 1993 o setor da construção civil em Maringá passou a registrar duas alterações de tendência. A primeira delas foi a redução da área média dos projetos apresentados para análise. De 300 a 350 metros quadrados em média, as dimensões dos imóveis baixaram para 120 a 200 metros quadrados.

E a principal constatação é que os investidores voltaram a ter preferência pela construção de casas, sobrados e, especialmente, pelos condomínios horizontais em regiões um pouco mais distantes do centro da cidade. Os projetos para grandes edificações verticais permanecem mantidos na região do Novo Centro. Porém, em maior número estão os projetos para construção de imóveis horizontais – tanto residenciais quanto comerciais – que diariamente dão entrada para aprovação na prefeitura.

“Não deixa de ser uma volta ao passado em busca de maior espaço e melhor qualidade de vida. Porém, nessa nova tendência estão sendo preservados alguns costumes adquiridos pelos ex-moradores em prédios de apartamentos”, observa Camargo. Entre os fatores preservados, segundo ele, estão a segurança – garantida por muros altos ou equipamentos eletrônicos mais sofisticados – e melhor aproveitamento de espaços destinados à áreas de lazer.

PMM