Quarteto Tudo a Ver transforma poesia em música nesta sexta (5), na Cia Solagasta
Além do show, a noite também inclui leitura performativa, filme e discotecagem.

A poesia volta a virar música na Cia Solagasta nesta sexta-feira (5), às 21h, com o show do quarteto Tudo a Ver, formado pelos compositores Bruna Lucchesi, Gustavo Galo, Vitor Wutzki e Juliana Perdigão.
“O primeiro suporte dos poemas foi a música. Em diferentes cantos do planeta, nas chamadas ‘antiguidades’, os poetas eram pessoas cantoras”, explicou Gustavo. “Vivemos num país em que isso ainda é muito forte”.
Segundo ele e Juliana Perdigão, alguns poemas possuem a musicalidade escondida entre os versos e o trabalho dos compositores é o de encontrar a canção, numa espécie de trabalho definido por eles como “arqueológico”. Depois, para adicionar a música, fatores como a extensão e o ritmo do texto são levados em conta.
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O interesse em musicar poemas surgiu ainda na escola para Gustavo, graças às aulas de literatura sobre o poeta Francisco Alvim. “[A partir] do Francisco Alvim fui descobrindo seus contemporâneos, Chacal, Leminski, Alice Ruiz. O primeiro poema que musiquei foi um do Leminski, um texto publicado no ‘La Vie en Close’. O primeiro verso era ‘Eu queria tanto ser um poeta maldito’.
Outro poeta foi o ponto de partida nesse universo para Juliana. Trechos de ‘Galáxias’, do poeta brasileiro Haroldo Campos, se tornaram a música ‘Ó’, presente em seu disco de mesmo nome lançado em 2016.
Todos os membros do grupo, que vem a Maringá pela primeira vez, possuem trabalhos lançados. ‘Quem Faz Amor Faz Barulho (feat. Paulo Leminski)’, da Bruna Lucchesi, foi eleito um dos 50 melhores discos lançados em 2023 pela APCA; Vitor Wutzki tem o álbum ‘espaço em branco’ e já musicou textos de nomes como Adélia Prado e Rainer Maria Rilke; o último trabalho de Juliana Perdigão, ‘Dúvidas’, saiu em 2020; e o disco mais recente de Gustavo Galo, ‘folhas_fruto’, foi lançado em maio deste ano.
O Tudo a Ver espera “pescar novas orelhas”, como definido por Juliana, na noite desta sexta. “Poesia é música. Acho que a combinação poesia e música não expande mundos, mas atualiza essa atividade tão importante para a própria invenção do que é mundo”, completou Gustavo.
A palavra é protagonista da noite
Antes do show do Tudo a Ver, o público poderá conferir, às 20h30, uma leitura performativa de ‘Pátria Mãe’ e ‘Manual de Sobrevivência da Maternidade’ feita pelas atrizes-autoras Mariela Lamberti e Carolina Damião.
Às 20h45 está marcada a exibição do curta ‘Assaltaram a Gramática’, de Ana Maria Magalhães, que traça o perfil dos poetas Francisco Alvim, Paulo Leminski, Waly Salomão e Chacal por meio da apresentação performática de poemas.
A entrada tem valor de R$ 25.