CULTURA

Exposição na biblioteca mostra história da MPB desde o tempo colonial

A partir de segunda-feira (dia 8), quem quiser conhecer mais sobre a Música Popular Brasileira, desde o tempo colonial até a atualidade, poderá visitar a Exposição “Uma História da MPB”, que estará aberta na Biblioteca do Cesumar, no bloco 8.

A mostra é o resultado do projeto “Revisitando a MPB”, do historiador e mestre em educação Fernando Barradas, de Umuarama.

A exposição é uma parceria com a Rádio Universitária Cesumar, que se mostrou interessada em apresentar para toda a comunidade acadêmica e maringaense o rico material produzido pelo professor, que há anos se dedica à pesquisa musical.

Noventa paineis, compostos por textos e ilustrações, formam exposição, que surgiu da dissertação de mestrado do professor Barradas, com o tema “MPB: dificuldades, possibilidades e ensino”.

O professor conta que procurou fazer uma síntese da história da música, utilizando a literatura, e diz que ivide a exposição em sete períodos, a partir do século XX, quando o mercado fonográfico se estabeleceu no Brasil.

Os paineis, no entanto, iniciam fazendo uma introdução ao período colonial, época das músicas gregorianas, também conhecidas como cantochão e utilizadas nas liturgias religiosas.

Trazidas ao Brasil pelos jesuítas.

Também nessa época há registro de algumas percussões feitas pelos índios com instrumentos de sopro bastante primitivos.

A música sacra, porém, é a mais elaborada.

A partir do século XX, Barradas se fixa mais em cada período e diz que faz uma divisão diferenciada de muitos outros estudiosos da Música Popular Brasileira.

A gravação do primeiro disco, em 1902, pela Casa Edson, do Rio de Janeiro, é lembrada pelo pesquisador.

Trata-se de um catálogo com 72 gravações e a primeira música que aparece é de Xisto Bahia (1841 - 1894) – “Isto é Bom” -, interpretada por Bahiano.

Quem gravou o primeiro samba no Brasil - “Por Telefone” - também foi Bahiano, no ano de 1917, com letra de Donga e Mauro de Almeida.

O primeiro samba moderno brasileiro, no entanto, é de 1928, segundo Barradas.

O professor dedica-se à pesquisa da música há vinte anos e possui um acervo fonográfico composto por milhares de CDs.

Segundo ele, hoje todas as obras primas da MPB já estão reproduzidas em CDs e a sua intenção ao preservar esse acervo “é não deixar que morram na poeira do tempo”.

Barradas diz que se dedicou a esse trabalho porque tem “paixão pela música brasileira” e lamenta o fato de a MPB ser pouco valorizada.

“O que noto como pesquisador é que a escola brasileira, principalmente a universidade que é o centro do conhecimento, ignora completamente a música brasileira.

Ela [a música] não é alvo de estudo por ser considerada de baixa cultura, preferindo-se valorizar o que vem de fora”, concluiu o professor, ao afirmar que espera com sua exposição levar um pouco mais de conhecimento aos jovens sobre esse riquíssimo patrimônio histórico nacional.

ASSESSORIA DE IMPRENSA DO CESUMAR