SAÚDE

Hora extra na boléia não dá chance para a saúde

Pesquisa feita pela Concessionária Rodonorte, com 2 mil caminhoneiros que passaram pelo trecho entre Curitiba e Ponta Grossa, aponta que 63% destes trabalhadores estão doentes. Por causa do sedentarismo e do excesso de peso, eles costumam sofrer de hipertensão, diabetes, obesidade e dores na coluna.

“Falta reeducação alimentar para este público. O problema é que eles não têm tempo para ir ao médico ou para fazer um exame. Aí, quando descobrem algo, ficam assustados”, afirma o enfermeiro Jacir da Silva Pinto, que ajudou no levantamento dos dados para o programa Estrada para a Saúde, da Rodonorte.

Os hábitos de vida poucos saudáveis acabam refletindo no número de acidentes nas rodovias. De janeiro a maio deste ano, a Polícia Rodoviária Federal contabilizou 3,5 mil acidentes nas estradas federais do Paraná: 1,2 mil envolviam caminhões. O levantamento da PRF aponta ainda que, dos 1,2 mil acidentes com caminhoneiros, 419 ocorreram por falta de atenção do motorista, 437 por razões climáticas, 30 por ingestão de álcool e 26 porque o motorista dormiu no volante. Os outros fatores são animais na pista, velocidade incompatível e ultrapassagem indevida.

O programa Comando de Saúde Preventivo da PRF, que é desenvolvido nas rodovias federais desde 2002, chegou a alguns porcentuais comuns para os caminhoneiros, que acabam explicando a quantidade de acidentes: 45,5% dos entrevistados apresentam problemas de alcoolismo, 33,2% são obesos e 21,5% são hipertensos. A grande maioria, 95%, não se preocupa com uma dieta alimentar adequada.

Gazeta do Povo