DENGUE

Seminário de combate à dengue reúne comunidade e autoridades

A leitura do depoimento de Juremi Cauduro, funcionária da Zacarias Veículos, que quase perdeu a filha vítima de dengue hemorrágica, emocionou os presentes ao Seminário “ACIM Combatemos a Dengue”, realizado, no Cine Teatro Plaza, pela ACIM (Associação Comercial e Empresarial de Maringá) em parceria com a Prefeitura. Ítala, a filha de Juremi que quase perdeu a vida para a dengue, estava na platéia do evento.

O objetivo do seminário foi unir empresários e colaboradores das empresas associadas à ACIM no combate à doença e também alertar a comunidade de um modo geral sobre a gravidade da dengue, conscientizando as pessoas que cada um precisa assumir sua responsabilidade nesta luta, com ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. A idéia é reunir poder público, comunidade e empresários para diminuir a incidência da dengue na cidade, principalmente neste momento, em que o grande volume de chuvas fez quadruplicar o número de criadouros do mosquito na cidade, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.

O seminário foi aberto pelo presidente da ACIM, Carlos Tavares Cardoso. Ele ressaltou o grande objetivo do seminário, que foi “mostrar o que cada um de nós pode fazer para combater a doença. Não podemos nos emitir, esperando apenas atitudes do poder público”. Cardoso elogiou a iniciativa da Zacarias Veículos, que montou uma frente de combate à dengue depois que quatro funcionários foram contaminados.

O prefeito Silvio Barros agradeceu a iniciativa da ACIM de colocar o assunto em debate e de participar do processo de busca de soluções para este problema, que vem ganhando espaço em toda a mídia nacional em função do grande número de vítimas fatais da dengue na cidade do Rio de Janeiro.

Sílvio Barros ressaltou que o poder público, sozinho, sem o comprometimento da comunidade, não tem como combater a doença. “Cada cidadão precisa fazer sua parte, cuidando da sua casa e do seu quintal. Nós que estamos aqui, hoje, precisamos ser como o fermento que multiplica a massa. Temos que multiplicar as informações sobre a doença para que outras pessoas se conscientizem do risco que ela representa”.

Infestação alta

O secretário municipal de Saúde, Antonio Carlos Nardi, apresentou os números da dengue em Maringá e as metas da Secretaria de Saúde para 2008. Nardi ressaltou o grande papel da mídia no trabalho de conscientização da sociedade e agradeceu a presença das equipes de reportagem de vários veículos de comunicação que estavam presentes ao evento.

Segundo dados da Secretaria de Saúde, em 2007 foram registrados 5.682 casos positivos da doença em Maringá, o que caracterizou uma epidemia. O ponto crítico se deu nos meses de abril e março. Neste ano já foram registrados seis casos positivos em janeiro, sete em fevereiro e um em março, totalizando 14 registros da doença. “Os números mostram que temos que estar alertas para não passarmos por uma nova epidemia”.

O índice de infestação predial do mosquito da dengue, em Maringá, de acordo com o secretário de Saúde, está em 2,2%, enquanto o nível considerado tolerável pelo Ministério da Saúde é de 0,9%. Para mostrar o quanto cresceu a presença do mosquito na cidade, Nardi mencionou que em janeiro deste ano o índice de infestação era de 0,6%.

As regiões da cidade com o maior índice de infestação são o distrito de Iguatemi (5,2%), Jardim América e Ney Braga (3,2%) e Borba Gato (3%). E os principais criadouros do mosquito, nesses locais, são os pratos que ficam embaixo dos vasos de plantas, além de garrafas, vidros e latas que ficam no fundo dos quintais.

O secretário Antonio Carlos Nardi também apresentou as ações que o município vem desenvolvendo este ano para evitar uma epidemia da doença. Ele mostrou fotos de quintais e terrenos baldios que se encontravam tomados por lixo que acumula água e que foram limpos pela prefeitura.

“O poder público tem como obrigação fiscalizar áreas públicas e até mesmo empresas que têm entulhos ou resíduos que possam reter água, e nós damos conta de fazer isso. Mas os quintais e as casas devem ser responsabilidade dos moradores, senão fica impossível para a prefeitura dar conta de tudo”, colocou Nardi, dando ênfase a uma atitude tomada pela maioria das pessoas e que deve ser evitada: fechar portas e janelas quando o “fumacê” passa na rua. “O veneno é atóxico, por isso não faz mal ao ser humano. É essencial que o produto entre nas casas, para matar o mosquito”

A coordenadora da Vigilância Ambiental, Mariângela da Silva Vecchi, falou sobre “Como combater a proliferação do Aedes aegypti”, e a enfermeira Udelisses Funzar abordou o tema “Dengue: uma doença que pode matar”.

Ela explicou que apenas a fêmea do Aedes aegipty se alimenta de sangue e costuma picar no início da manhã e no final da tarde. A enfermeira também ressaltou que o ovo do mosquito pode sobreviver até 450 dias sem água. “Por isso, além de jogar a água dos recipientes, é necessário lavá-los cuidadosamente, para eliminar os ovos, que poderão eclodir mesmo sem a presença de água”.

Logo após, o diretor da Zacarias Veículos Cidnei Vaz, apresentou a iniciativa inédita implantada na empresa: a criação de uma frente de combate ao mosquito transmissor da dengue. A frente foi criada depois que vários funcionários contraíram a doença, despertando a preocupação de que na empresa ou na residência dos colaboradores pudesse existir focos de larvas do mosquito. Para evitar uma possível proliferação e novos casos da doença, diretoria e colaboradores se uniram num trabalho de prevenção.

O seminário foi encerrado com a palestra do vice-presidente para Assuntos Ambientais da ACIM, Sir Carvalho, com o tema “Contrapartida para iniciativas inovadoras”.

O seminário “ACIM combatemos a dengue” teve apoio da Secretaria Municipal de Saúde, do Comitê Municipal de Combate à Dengue, RPC/TV Cultura, Rede Massa, TV Maringá, Usaçucar, Unimed, Zacarias Veículos e Rádio CBN.

ACIM