PR terá mais 3 trechos pedagiados

Dos oito lotes que o governo federal pretende conceder à iniciativa privada no ano que vem, três estão situados no Paraná. Com isso, o Estado deve acrescer cerca de 320 km a sua malha pedagiada, que já é de 2.495 km. Pelo projeto do Ministério dos Transportes, a malha viária brasileira privatizada deve passar de 9.768 km para 12.379 km.

O Paraná é o segundo estado com o maior número de trechos privatizados até o momento. Em primeiro lugar está São Paulo, que atualmente já tem 3.897 km pedagiados, e deve passar a ter cerca de 4.200 km privatizados quando a rodada de licitações promovidas pelo governo federal estiver completa. O Rio Grande do Sul vem em terceiro lugar, com 2.403 km de estradas privatizadas.

Do ponto de vista das concessionárias, a maior diferença entre a nova rodada de licitações e aquela realizada no governo Fernando Henrique Cardoso é a titularidade das concessões. As novas rodovias serão geridas diretamente pelo governo federal, enquanto a maioria das rodovias pedagiadas atuais estão sendo supervisionadas pelos governos estaduais.

Embora a diferença possa não ser muito sentida em outros estados, no Paraná ela tem caráter importante. Na prática, as concessionárias não precisarão pedir reajuste ao Departamento de Estradas de Rodagem para aumentar suas tarifas, o que pode evitar o confronto jurídico que vem sendo travado entre o governo e as empresas. Três concessionárias (Rodonorte, Econorte e Ecovia) decidiram entrar na Justiça para obter um reajuste tarifário maior do que o permitido pelo DER.

Para o presidente regional da ABCR, o fato da fiscalização dos futuros lotes ficar a cargo do governo federal ou estadual não faz diferença a longo prazo. ''As concessões são por um período longo de tempo. De fato estamos encarando uma situação difícil agora, mas os governantes passam, e a Justiça certamente irá corrigir quaisquer prejuízos causados às concessionárias por violações de contratos'', afirmou Chiminazzo.