SAÚDE

HU de Maringá faz cirurgias para pacientes com perda auditiva

Hospital é único do interior do estado a realizar implante coclear pelo SUS.

HU de Maringá faz cirurgias para pacientes com perda auditiva
O implante coclear é um procedimento complexo desde seu diagnóstico, pois deve ser bem detalhado para ter certeza que o paciente tem uma perda de audição muito severa. - Foto: UEM

O Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) é o único hospital do Interior do Estado a realizar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o implante coclear, um dispositivo de alta tecnologia utilizado na reabilitação da surdez, que beneficia pacientes de todas as idades. O hospital atende os 115 municípios que fazem parte da macrorregião Noroeste. O HUM é habilitado desde 2014 para realizar dois procedimentos por mês – os primeiros começaram em 2016.

O médico Jeferson Mendonça, responsável pela cirurgia e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), explica que o processo para implantação deste serviço no HUM envolveu algumas etapas, com credenciamento pelo Ministério da Saúde, baseado em uma portaria com várias exigências. “Fomos pleiteando os equipamentos através de projetos e fizemos um convênio com o Instituto da Audição, que é uma clínica particular. Isso possibilitou termos profissionais fonoaudiólogos e equipamentos de audiologia de modo mais rápido”, afirma.

O implante coclear é um procedimento complexo desde seu diagnóstico, pois deve ser bem detalhado para ter certeza que o paciente tem uma perda de audição muito severa. “Ainda nesta fase são necessários exames de imagem para verificar se a anatomia é viável para o procedimento. Uma vez confirmando a indicação, é realizada uma cirurgia que implante um dispositivo eletrônico no crânio do paciente. Este tem um feixe de eletrodos que é inserido na cóclea, parte interna do ouvido de onde parte o nervo auditivo e que não funciona mais nestes pacientes”, explica.

O feixe de eletrodos tem a intenção de aproximação com o nervo auditivo, pois o princípio de funcionamento do implante é a estimulação direta. Para isso, o paciente usa um dispositivo externo chamado processador de fala, que capta o som por meio de um microfone, transforma em sinais elétricos e passa essas informações ao dispositivo interno através de uma antena coaptada à pele por um imã. Assim, o dispositivo interno estimula o nervo e o paciente tem a sensação auditiva.

A cirurgia dura em torno de três horas e geralmente o paciente recebe alta no dia seguinte com orientação a ter um repouso relativo durante a primeira semana. Pouco tempo depois é realizada uma consulta de retorno para constatar a boa evolução do procedimento e a partir disso o paciente é acompanhado pela equipe de fonoaudiólogos, sendo uma das fases mais importantes do tratamento.

Além do HUM, que recebe recursos do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, também realiza o procedimento, de maneira privada e pelo SUS.

Agência Estadual de Notícias