Mais 16 vítimas procuram a polícia após prisão do ginecologista acusado de abuso sexual

Após a prisão preventiva do ginecologista Hilton José Pereira Cardim por suspeita de abuso sexual, outras 16 mulheres procuraram a polícia alegando terem sido vítimas do médico maringaense. Cardim foi preso nesta segunda-feira (11) após oito pacientes o denunciarem, somando 24 vítimas até o momento.

Conforme investigação da Polícia Civil, os casos apurados aconteceram em diferentes anos, em 2011, 2015, 2019, 2022 e 2023. A delegada Paloma Batista, responsável pelo caso, destacou que, conforme depoimento das vítimas, os crimes aconteceram dentro do consultório do profissional durante as consultas.

“Ele vinha na frente, ouvia o coração, depois ia para parte de trás. Ele ficava com o estetoscópio de uma forma que eu não via ele. Aquilo demorava muito, eu comecei a perceber que ele mudou a respiração para mais ofegante, uma respiração de gemido mesmo e ele vai chegando perto com o quadril dele. Fui embora e fiquei pensando que era coisa da minha cabeça", relembrou uma das vítimas em entrevista à RPC.

A defesa de Cardim nega as acusações e afirma que não teve acesso ao processo, que tramita em sigilo. Em nota, o Conselho de Medicina informou que vai instaurar uma sindicância para apurar a denúncia de possível desvio ético.

A polícia orienta para que outras mulheres atendidas pelo médico procurem a Delegacia da Mulher para prestar novos depoimentos. A unidade de Maringá fica localizada na Rua Julio Meneguetti, 195. É possível entrar em contato pelo telefone (44) 3220-2500 ou e-mail dpmulhermaringa@pc.pr.gov.br.

Segundo caso em menos de dois anos na cidade

Em 2023, outro médico ginecologista de Maringá foi acusado de abuso sexual por pacientes durante os atendimentos. O suspeito é investigado e, em fevereiro, foi alvo de busca e apreensão de itens em sua casa e consultório médico.

Segundo o delegado Dimitri Tostes, responsável pelo caso, as vítimas denunciaram o caso após perceberam movimentações estranhas durante as consultas. Ao todo, quatro pacientes, atendidas entre 2012 e 2023, prestaram depoimento relatando os abusos. "Duas delas relatam que ele [suspeito] chegou em ereção durante o comportamento de encostar na vítima. Uma vítima disse que retornou e o médico repetiu o comportamento na nova consulta", explicou.