SAÚDE

Em meio a epidemia de dengue, Paraná sedia pesquisa capaz de erradicar doença

O Projeto Controle Natural de Vetores foi capaz de erradicar a doença em Ortigueira, a cidade teste das pesquisas

Em meio a epidemia de dengue, Paraná sedia pesquisa capaz de erradicar doença
Neste ano epidemiológico não foram registrados casos de dengue em Ortigueira, enquanto municípios vizinhos, como Tibagi, vivem uma epidemia. - Foto: Reprodução/Governo do Brasil

Nesta terça-feira (19) a Secretaria de Saúde do Paraná declarou estado de epidemia de dengue no Estado após aumento no número de casos registrados no último boletim semanal. De acordo com a Sesa, os números do boletim semanal da dengue mostram que os casos prováveis e confirmados estão acima do esperado para o período epidemiológico – por isso a configuração de um cenário epidêmico.

O documento informa que 365 municípios possuem casos notificados, sendo que 287 tiveram confirmações de dengue. Em uma semana, foi registrado o aumento de 39,86% nos casos confirmados, passando de 16.560 para 23.161. As regiões mais afetadas são o Oeste e o Norte do Paraná.

No entanto, o Estado já possui uma cidade com a doença erradicada a partir de pesquisas com participação de brasileiros e israelenses. O Projeto Controle Natural de Vetores desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia é realizado no município de Ortigueira em parceria com a empresa Klabin, desde novembro de 2020. Em um ano, a redução foi de 90% no número de larvas viáveis encontradas em campo. Neste ano epidemiológico não foram registrados casos de dengue no município, enquanto municípios vizinhos, como Tibagi, vivem uma epidemia.

A PESQUISA — O método da pesquisa é baseado na tecnologia TIE — utilização do Inseto Estéril —, em que os mosquitos são soltos de forma massiva. Os machos estéreis se acasalam com as fêmeas selvagens, que deixam de procriar, provocando uma imediata redução na infestação do mosquito e disseminação de doenças como a Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela. 

O estudo é reconhecido pela comunidade científica internacional, sendo publicado no Journal of Infectious Diseases, revista médica revisada por pares, editada pela Oxford University Press em nome da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, principal referência na área. A Secretaria de Saúde do Paraná também reconhece e aprova a tecnologia, com disponibilidade de ser aplicada em várias regiões do estado.

Durante a temporada das chuvas, o perigo da multiplicação do Aedes aegypti é preocupante, pois após cerca de 15 horas da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco.

“As ferramentas de controle vetorial que utilizam tecnologia e inovação são fundamentais, já que as ferramentas convencionais utilizadas não têm sido efetivas, e sem controle as doenças se disseminam cada vez mais”, explica a diretora técnica da Forrest, Lisiane Poncio.

Forrest Brasil Tecnologia