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Espetáculo “Dois (Mundos)” encerra projeto Escala Cultural com transmissão pelo Youtube

O documentário cênico é inspirado no disco do Legião Urbana e também em "Cabeça", dos Titãs

Espetáculo “Dois (Mundos)” encerra projeto Escala Cultural com transmissão pelo Youtube
Para essa apresentação no Escala Cultural, o foco é “Andrea Doria”, musica em referencia ao navio italiano Andrea Doria que afundou em 1956, devido a um grande nevoeiro que o tornou invisível aos radares. - Foto: Divulgação

O Projeto Escala Cultural apresenta o seu quinto e último espetáculo neste sábado, ás 20 horas no canal 2 Coelhos Comunicação e Cultura, no Youtube.  Pra fechar o Escala, será apresentado o documentário cênico “Dois (Mundos)” com direção e dramaturgia final de Felipe Vidal.

Aqui, a convergência do teatro com o áudio visual tem como pano de fundo o rock brasileiro, sobretudo o disco “Dois” do Legião Urbana, lançado em 1986. Vidal conta que essa é uma peça-espelho que também dialoga com o premiado “Cabeça”, baseado no disco homônimo dos Titãs, também de 1986.  

“Cabeça traça uma ponte entre o ano de lançamento até 2016. É um olhar para trás. ‘Dois” é um olhar para frente, uma carta para o futuro. Como o disco foi lançado há 35 anos, a proposta de interlocução é com 2056, 35 anos para frente”, sintetiza.

Pela internet, já foram exibidos os episódios referentes às músicas do lado A, começando com ‘Daniel na Cova dos Leões” (youtube.com/complexoduplo). Para essa apresentação no Escala Cultural, o foco é “Andrea Doria”. 

Pra quem não sabe, Renato Russo, o líder do Legião, deu esse nome à musica em referencia ao navio italiano Andrea Doria que afundou em 1956, devido a um grande nevoeiro que o tornou invisível aos radares. “Renato Russo associou essa imagem aos sonhos e utopias da juventude que, esbarrando na mentira e na hipocrisia, naufragam. Neste episódio investigamos a questão da invisibilidade e do quanto nos sentimos à deriva, aqui, neste país, em 2021”, conta o diretor. 

Vidal lembra que ao contrário do que acontece na maioria dos países do mundo, no Brasil não há uma lei que obrigue o capitão a afundar com seu navio. "Aqui, entre ratos que abandonam o barco e água para todos os lados, em ‘Andrea Doria’ criamos a nossa E La Nave Va tupiniquim, navegando nesse imenso mar de mentira, vendo os nossos - conhecidos e desconhecidos - se desmanchando na água, nossos sonhos e certezas afundando”. Mas o diretor é otimista quando lembra do navegador Amyr Klink: “o maior naufrágio é não partir”. 

Confira a programação de Dois (Mundos) na seção de eventos.

2 Coelhos Comunicação e Cultura