CORONAVÍRUS

Entenda os efeitos colaterais da AstraZeneca e porque eles são importantes na imunização

Produzida pela Universidade de Oxford em parceria com o instituto Fiocruz, a vacina AstraZeneca tem sido rejeitada devido aos efeitos colaterais que causa

Entenda os efeitos colaterais da AstraZeneca e porque eles são importantes na imunização
A vacina produzida em parceria com o instituto Fiocruz é um dos principais imunizantes utilizados no país e tem sido destaque por, na maioria das vezes, causar sintomas desconfortáveis em quem é vacinado. - Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

Durante a campanha de vacinação contra a Covid-19 muitos têm se queixado de efeitos colaterais causados pelo imunizante da AstraZeneca/Oxford e até mesmo rejeitado a aplicação da vacina por receio das reações adversas, o que pode prejudicar e muito o combate ao coronavírus no Brasil. 

A vacina produzida em parceria com o instituto Fiocruz é um dos principais imunizantes utilizados no país e tem sido destaque por, na maioria das vezes, causar sintomas desconfortáveis em quem é vacinado. 

No entanto, especialistas afirmam que apesar do desagrado, os efeitos colaterais de qualquer vacina para qualquer doença são completamente normais e ainda apontam eficácia no processo de imunização. 

A vacina consiste em expor o sistema imunológico ao vírus enfraquecido, estimulando a produção de anticorpos pelo próprio organismo. De acordo com o especialista Daniel Mendes, em entrevista à Band, nosso corpo reconhece os antígenos da vacina gerando um processo inflamatório para criar defesas contra a doença.

“Ao tomar uma vacina, nosso organismo gera uma reação inflamatória, o que pode ser mais intenso em algumas pessoas e menos em outras - às vezes tão fraco que a pessoa nem sinta desconforto algum. Em alguns casos aparecem aqueles sinais clássicos de inflamação, como dor no local da aplicação, algumas vezes febre e mal-estar”, explica Mendes. 

No entanto, há também pessoas que não apresentam sintomas nenhum e isso não significa que a vacina não faça efeito, significa apenas que cada organismo responde de uma maneira à vacinação. 

Mariana Farias e Shirle Nascimento são dois exemplos opostos de pessoas imunizadas pela vacina AstraZeneca. Mariana apresentou sintomas como calafrios e febre algumas horas após ser vacinada e Shirle afirma que não sentiu absolutamente nada além da agulha. 

“Eu tomei a vacina no dia 12 [de junho] por volta das 11 horas. Passei a tarde inteira tranquila, consegui trabalhar normalmente, mas próximo às 20 horas do mesmo dia comecei a sentir alguns sintomas. Comecei a sentir muitos calafrios, estava frio então coloquei mais blusas de frio e não passava. Tive febre de 38 graus e uma dor de cabeça muito intensa também.”, relata Mariana. 

Ela ainda afirma que passou o domingo inteiro baqueada com os sintomas, mas que já na segunda-feira levantou novinha em folha, como se nada tivesse acontecido. Mesmo com os fortes sintomas, Mariana se sente realizada por ter sido vacinada. “Imagina quem pega covid, né?” diz Mariana se referindo ao sofrimento das vítimas da doença. 

Total oposto do caso de Mariana, Shirle Nascimento afirma que tomou a vacina esperando por sintomas que a “derrubassem” mas se surpreendeu no decorrer dos dias ao não sentir absolutamente nada. “Quando vi que ia tomar a vacina da AstraZeneca já estava me preparando para ficar doente. Mas não tive reação nenhuma além de uma dorzinha no local da aplicação durante o dia. Ainda bem, né?”, relata Shirle. 

Veja algumas das principais reações causadas pela AstraZeneca:

  1. Sensibilidade no local da injeção (relatada por mais de 60% dos voluntários);
  2. Dor de cabeça e fadiga (relatadas por mais de 50% dos voluntários);
  3. Dor no corpo e mal-estar (relatadas por mais de 40% dos voluntários);
  4. Febre e calafrios (relatados por mais de 30% dos voluntários);
  5. Dor nas articulações e náusea (relatadas por mais de 20% dos voluntários);

De acordo com os testes da vacina, a maioria das reações foram mais frequentes após aplicação da primeira dose. A intensidade dos sintomas variou de leve a moderada e normalmente foi resolvida poucos dias após a vacinação.

“SOMMELIER DE VACINA” - Diante do cenário angustiante de pandemia, há quem queira classificar algumas vacinas como melhores que outras. Esses são os chamados “sommelier de vacina”. Com a “gourmetização” dos imunizantes, mesmo com a escassez de doses disponíveis, alguns brasileiros têm se dado ao luxo de escolher qual vacina querem tomar. As marcas mais desejadas são a Pfizer e a CoronaVac. 

Essa postura de sommelier é prejudicial para todo o processo de imunização do Brasil pois retarda ainda mais a vacinação de toda a população que se recusa a ser vacinada com a AstraZeneca - o principal imunizante disponível no país. 

Essa matéria tem como principal objetivo esclarecer a normalidade dos efeitos colaterais das vacinas e principalmente promover uma maior consciência daqueles que optam por aguardar uma determinada marca de vacina para se imunizar. 

Atualmente o Brasil soma mais de 490 mil mortes por covid-19 e a vacinação é a única maneira de se proteger desse mal. Quando chegar sua vez, não perca tempo, vacine-se!

Vale lembrar: sommelier é apenas de vinho.

Maringa.Com