Setor de serviços cresce 3,7% em fevereiro e supera nível pré-pandemia, segundo IBGE
Nesse período, houve crescimento acumulado de 24%, o que supera a queda de 18,6% registrada de março a maio de 2020
O setor de serviços registrou crescimento de 3,7% em fevereiro em relação a janeiro. Os dados são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada nesta quinta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o IBGE, já são nove meses consecutivos de taxas positivas. Nesse período, houve crescimento acumulado de 24%, o que supera a queda de 18,6% registrada de março a maio de 2020.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do setor de serviços recuou 2%, completando 12 meses de taxas negativas. A expectativa dos analistas era um crescimento de 1,3% no mês, com queda de 3,5% na comparação anual.
As pesquisas dos outros dois grandes setores mostraram que a indústria registrou contração de 0,7% e o comércio crescimento de 0,6% em fevereiro, em relação ao mês anterior.
O aumento na circulação de pessoas foi um dos fatores que impulsionou o crescimento do setor de serviços nos primeiros dois meses do ano.
Em fevereiro, apesar do recrudescimento da pandemia, as restrições às atividades eram menores do que as adotadas a partir de março, quando serviços não essenciais deixaram de funcionar em várias regiões do país diante do colapso no sistema de saúde.
São Paulo liderou a recuperação em fevereiro, com crescimento de 4,3%, seguida por Minas Gerais (3,5%), Mato Grosso (14,8%) e Santa Catarina (3,9%). O Distrito Federal teve a retração mais relevante (-5,1%).
Entre as atividades, transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio cresceram 4,4%. O segmento já supera em 2,8% o patamar de fevereiro do ano passado e atingiu seu ponto mais alto da série iniciada em janeiro de 2011.
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“Nesse segmento vêm se destacando as empresas que prestam serviço de logística, que já vinham tendo alta expressiva por conta do aumento das exportações de petróleo e do agronegócio e, durante a pandemia, teve uma grande escalada de demanda, devido ao crescimento das vendas no comércio online”, afirma o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Lobo afirma que o segmento de transporte terrestre, que cresceu 5,5% em relação a janeiro, vem segue trajetória ascendente importante, principalmente devido ao aumento da demanda pelo transporte rodoviário de cargas.
O segmento de tecnologia da informação, com alta de 1,7% no mês, também atingiu o patamar mais alto na série histórica do IBGE. O segmento que mais sofreu com a pandemia até o momento são os serviços prestados às famílias (como alimentação, entretenimento e hospedagem).
Eles cresceram 8,8% de janeiro para fevereiro, o que se deve à base de comparação baixa, segundo o instituto. Ainda estão 23,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020.
“Sendo uma das atividades mais afetadas pelas restrições impostas por estados e municípios para enfrentamento da pandemia, serviços prestados às famílias tiveram perdas significativas entre março e maio e ainda oscilam muito, conforme as medidas de isolamento social são relaxadas ou enrijecidas”, afirma Lobo.
Ainda segundo o IBGE, o índice de atividades turísticas cresceu 2,4% em fevereiro, apesar do adiamento no Carnaval, segunda taxa positiva seguida. Mesmo tendo avançado 127,5% de maio de 2020 a fevereiro de 2021, está 39,2% abaixo de fevereiro de 2020.
Sete dos 12 locais pesquisados tiveram expansão do turismo no mês, com destaque positivo para Goiás (9,1%), Minas Gerais (6,8%) e Pernambuco (4,9%) e São Paulo (3,4%). E negativo para Distrito Federal (-8,2%) e Bahia (-2,8%).