Sinttromar suspende por oito dias greve no transporte coletivo em Maringá
Expectativa é que, nesse período, decisão da Justiça ou a consulta do município ao TCE tragam soluções para o problema dos trabalhadores da TCCC e Cidade Verde
O sexto dia da greve dos funcionários das empresas TCCC (transporte urbano) e Cidade Verde (metropolitano), nesta segunda (21), teve início com 70% da frota em circulação. O cenário mudou no início da tarde, com a decisão da suspensão da paralisação parcial do transporte por oito dias, mantendo-se no período o estado de greve.
O anúncio foi feito à categoria pelo Sindicato dos Motoristas Rodoviários de Maringá (Sinttromar), após conversas com os trabalhadores. A decisão pela suspensão da greve, até a próxima terça-feira (29), foi tomada com base em três motivos principais:
1) A consulta da Prefeitura de Maringá ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), sobre a possibilidade de algum tipo de aporte em socorro ao transporte coletivo. Esse assunto foi discutido entre o Sinttromar e o prefeito Ulisses Maia (e equipe) na reunião de sexta (18).
2) A decisão do Judiciário a respeito do dissídio coletivo, o que pode sair até sexta (25). Como não houve acordo na audiência de conciliação, no último dia 18, caberá ao Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9) a decisão sobre o dissídio.
- Receba as novidades de Maringá pelo Whatsapp ou Telegram.
- Siga o Maringa.Com no Instagram ou Google News.
3) Com a pausa na greve, o Sinttromar demonstra tanto ao Judiciário quanto ao Executivo (Prefeitura) o interesse pelo diálogo como meio de resolver um passivo criado pelas empresas, que se recusam inclusive a conceder a reposição da inflação.
"O sindicato busca o diálogo, ao contrário das empresas, que não medem esforços para tirar os direitos dos trabalhadores e que tentam inviabilizar a greve na Justiça, por meio de liminares", comenta Emerson Viana Silva, dirigente do Sinttromar.
O movimento poderá ser retomado após o período de oito dias, caso um acordo não seja possível. A categoria reivindica a reposição da inflação na data-base – de 2,47% no acumulado de 12 meses, pelo INPC – e a manutenção de direitos, como o vale-alimentação e o pagamento da participação nos lucros e/ou resultados (PLR).
Para o Sinttromar, as empresas almejam o achatamento salarial e o corte nos benefícios como meio de repassar para os trabalhadores prejuízos decorrentes da crise causada pelo novo coronavírus (covid-19). Nos tempos de bonança, como lembra o presidente do sindicato, Ronaldo José da Silva, as empresas nunca se ofereceram para compartilhar os altos lucros.