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Estudos apontam soluções para retomada econômica do Paraná

Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação prevê investimento da ordem de R$ 60 milhões, para quatro eixos estratégicos e 12 programas

Estudos apontam soluções para retomada econômica do Paraná
As pesquisas foram usadas como subsídio para a elaboração da Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, proposta pela Seti. - Foto: Divulgação

Pesquisadores das universidades estaduais de Londrina (UEL), de Ponta Grossa (UEPG) e do Norte do Paraná (UENP) desenvolveram três estudos identificando aspectos estratégicos para estimular a recuperação econômica em todo o território paranaense. As pesquisas foram usadas como subsídio para a elaboração da Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, proposta pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo do Estado do Paraná (Seti), com previsão de investimento de R$ 60 milhões.

“Esses trabalhos comprovam o papel central das universidades estaduais na retomada gradual e responsável da atividade econômica em todo o Paraná, no período pós-pandemia”, afirma o titular da Seti, Aldo Nelson Bona. Ele ressalta que as pesquisas contribuem para uma aproximação entre a comunidade universitária e o setor produtivo empresarial, visando menor retração financeira dos negócios.

O primeiro estudo aborda a estrutura produtiva do Paraná e a identificação de setores estratégicos para a recuperação econômica. Segundo os autores, os professores Umberto Antonio Sesso Filho (UEL) e Paulo Rogério Alves Brene (UENP), o trabalho foi desenvolvido a partir de uma base de dados e análises já em progresso, que conta com a colaboração e coautoria de uma rede de pesquisadores de várias instituições de ensino superior.

O segundo trabalho, de autoria dos professores Augusta Pelinski Raiher e Alysson Luiz Stege, ambos da UEPG, apresenta um relatório sobre as aglomerações industriais e do setor de serviços nas microrregiões paranaenses.

Já a terceira pesquisa, elaborada pelos mesmos autores, além do professor Alex Sander Souza do Carmo, também da UEPG, faz uma análise comparativa da inserção internacional dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no período de 2015 a 2019.

Para o assessor da Seti, Michel Jorge Samaha, a retomada econômica depende da sensibilização do setor privado e de diálogo com o setor público. “As universidades apresentam soluções para a resolução de problemas concretos dos setores econômicos e fomentam a demanda das empresas por parcerias no âmbito acadêmico”, diz.

A proposta de ações para a Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação foi encaminhada para apreciação do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, no início de setembro.

POLÍTICA ESTADUAL – A Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação prevê um aporte de recursos financeiros da ordem de R$ 60 milhões, entre investimento, custeio e pessoal, a serem aplicados em quatro eixos estratégicos: Universidade – Empresa; Inovação para Micro e Pequenas Empresas (MPEs); Universidade 5.0; e Desenvolvimento Regional Focado em Inovação e 12 programas: Vortech PR; HUBi; Nampe; Tecnova PR; Inovagente; Paraná M@ker; Prime; Unicidades; Universidade + Solidária; Anel de Conectividade e Inovação; Paraná Mais Orgânico; e Nossa Gente Tech.

O coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Paulo Renato Parreira, destaca o potencial dessa iniciativa para transformar o Paraná no líder brasileiro em inovação tecnológica, na interface universidades – empresas. “O foco é posicionar o Estado como líder na recuperação socioeconômica brasileira no cenário pós-pandêmico, adotando o desenvolvimento regional sustentável como estratégia”, salienta.

A Seti também propõe cinco novas áreas prioritárias para o Conselho Paranaense de Ciência e Tecnologia (CCT): Agricultura e Agronegócio; Biotecnologia e Saúde; Energias Sustentáveis, Renováveis e Inteligentes; Cidades Inteligentes; e Sociedade, Educação e Economia. O documento sugere, ainda, constituir uma comissão especial denominada Inteligência em Ciência, Tecnologia e Inovação.

Além das áreas prioritárias do CCT, essa comissão especial teria como premissas norteadoras a Legislação (Lei Geral das Universidades, Lei de Inovação e Lei das Fundações); e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030. “Cada milhão investido em pesquisa e desenvolvimento e em ensino superior possibilita um retorno de aproximadamente R$ 3,4 milhões na arrecadação estadual”, afirma Paulo, tomando como base a matriz insumo – produto do Paraná.

Agência Estadual de Notícias