CIDADE

Após 70 anos, Maringá desenvolve novo plano de arborização

A elaboração do plano iniciou em 2017 e será válido por 20 anos, com revisão a cada 5 anos.

Após 70 anos, Maringá desenvolve novo plano de arborização
O plano diagnosticou a situação das 142 mil árvores catalogadas e centralizou em um banco de dados, incluindo as solicitações de poda ou remoção solicitadas pela população através da ouvidoria municipal. - Foto: Cary Bertazzoni/PMM

Maringá tem um Plano de Gestão da Arborização Urbana com detalhes técnico e especifidades da cidade, como as características físicas, econômicas, sociais e ambientais. Esse é o primeiro do país a ter uma indicação de espécies para cada uma das mais de 3,5 mil ruas do município, a qual o viveiro segue há mais de 1 ano as recomendações. A elaboração do plano iniciou em 2017 e será válido por 20 anos, com revisão a cada 5 anos. O documento com mais de 400 páginas está publicado no Decreto 172/2020.

O plano diagnosticou a situação das 142 mil árvores catalogadas e centralizou em um banco de dados, incluindo as solicitações de poda ou remoção solicitadas pela população através da ouvidoria municipal. O mapeamento indicará a localização de todas as árvores e terá informações de cada uma delas, como espécie, data de plantio, data da última vez que os galhos foram podados, todos os protocolos solicitados pela população, entre outros. Esse sistema facilitará a execução dos serviços de manutenção e também de fiscalização integrado entre secretarias.

Dentro do plano foram escolhidas 66 espécies para arborização da cidade, de acordo com o perfil de cada rua e região (espaço, tamanho da calçada, proximidade com fundo de vale). Entre elas estão o Araçá, Cabreúva, Cerejeira-rio-grande, Faveiro, Guaritá e Louro-pardo, todas nativas da nossa região. 

O engenheiro florestal da Secretaria de Meio Ambiente e Bem-estar Animal (Sema), Maurício Sampaio, explica que, antes do plano, as árvores eram plantadas sem critérios técnicos. “O planejamento e a diversidade das espécies garante a subsistência da fauna urbana, melhora a qualidade de vida da população e torna as árvores mais adequadas ao espaço disponível. As vias com relevância histórica ou cênicas e as espécies originais serão mantidas, quando possível”, afirma.

Outros dois pontos importantes do plano se refere a proibição do plantio de palmeiras nas calçadas para não danificar a fiação elétrica. “Pela especifidade das espécies, as palmeiras só devem ser plantadas nos canteiros centrais”, esclarece Sampaio. Outro aspecto será sobre o plano de arborização em novos loteamentos de responsabilidade da loteadora. Após a empresa apresentar o plano de arborização, fazer o plantio das mudas, também deve fazer a manutenção por 2 anos, o que não era realizado antes. 

MAPEAMENTO – O censo aponta 132 espécies (33% nativas da região) de árvores nas calçadas e canteiros centrais das vias públicas, com grande presença da sibipiruna (40% das árvores), seguidas por oiti, ipê-roxo, tipuana. Os oitis, devido o sistema radicular agressivo, produzir sujeira excessiva e não ser nativa, não será mais plantada e substituída com o tempo.

O primeiro plano de arborização da cidade foi aplicado pelo engenheiro agrônomo Luiz Teixeira Mendes, no final da década de 1940, com o plantio de um jacarandá-mimoso na calçada da então sede da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (rua Joubert Carvalho esquina com Duque de Caxias).

Prefeitura de Maringá