QUARENTENA

Empresa arrecada mais de 14 toneladas de alimentos para trabalhadores afetados

Empresa arrecada mais de 14 toneladas de alimentos para trabalhadores afetados
Arrecadação é de colaboradores de uma empresa maringaense de assessoria de investimentos. - Foto: Ilustrativo
O isolamento social e o fechamento temporário do comércio e indústrias por determinação dos órgãos governamentais em razão do coronavírus já está afetando a economia. E quem sofre com os prejuízos não são só os donos e funcionários dessas empresas, mas também prestadores de serviço que atuam de maneira autônoma ou na informalidade.

Com tudo fechado e sem entrada de dinheiro, muita gente que tinha trabalho constante viu as oportunidades de trabalho minguarem instantaneamente e os recursos diminuírem a ponto de não saberem se terão como comprar comida para alimentar a família pelos próximos dias.

Estes profissionais não se enquadram em programas assistenciais do governo, nem recebem ajuda de ONGs, o que acabava deixando-os em uma lacuna difícil de ser preenchida enquanto a situação não se normaliza. Pensando nesse público, uma empresa de assessoria de investimentos mobilizou seus colaboradores para arrecadar cestas básicas para estas famílias.

"Percebemos que muitos prestadores de serviço que nos atendem estavam preocupados se iriam continuar tendo rendimentos, já que não poderiam prestar serviço durante a quarentena. Começamos a perguntar para esses trabalhadores se conheciam muitos na mesma situação ou que haviam perdido seus empregos e vimos que o número era muito grande. Foi aí que surgiu a iniciativa de agir e diminuir os impactos imediatos dessa crise para esses trabalhadores que estão em uma situação tão sensível", diz Felipe Bernardes, um dos sócios da SVN Investimentos.

A ideia foi compartilhada com todos os 83 colaboradores dos quatro escritórios da empresa e todos decidiram ajudar. As doações, em dinheiro, foram de R$100 a R$ 10 mil, conforme o que cada um se dispôs a doar – a empresa disponibilizou o total arrecadado para comprar os alimentos à vista, com os fornecedores e parcelou o valor para que os doadores possam pagar um pouco a cada mês. "Cada um ajudou como podia. Tinha muita gente que queria doar mais, mas não estava preparado este mês, então a empresa parcelou a ajuda, descontando do salário da forma que cada um achasse melhor, e adiantou o valor integral para a compra".

Para direcionar as doações, foi feito um mapeamento em parceria com ONGs e iniciativas populares para mapear quem são e onde estão as famílias que estão nessa situação. O foco foi achar pessoas que foram atingidas pela crise, mas não recebiam nenhum tipo de ajuda assistencial.

"Eles foram de casa em casa, ouviram quem perdeu o emprego, quem não tinha mais nada. Chegaram casos de vizinhos e conhecidos de colaboradores que perderam totalmente a renda. Um caso que nos tocou bastante foi o de um homem que trabalhava como garçom, segurança e instalador de janelas e perdeu as três fontes de renda de uma vez. Esse cara nunca pensou em pedir ajuda para uma ONG, mas sua família iria ter dificuldades para ter o que comer", conta Caio Copetti, também sócio da SVN Investimentos. No total, com a quantia arrecadada foram comprados 20.046 itens de alimentação, um total de 14,5 toneladas de comida, que serão distribuídas entre 1646 famílias.

As doações serão divididas entre as cidades de Maringá, Londrina, Curitiba e São Paulo – todos centros de atuação da empresa – além de municípios vizinhos. Só para Maringá e região serão distribuídas 700 cestas básicas. As entregas começarão na próxima quarta-feira, dia 22. "Procuramos fornecedores que vão fazer a entrega direto para um responsável de cada entidade ou iniciativa, a ideia é ter menos pessoas envolvidas nessa logística

Assessoria de imprensa